‘Abraçaço’ marca ato contra concessão do Parque Farroupilha, a Redenção

Centenas de pessoas participaram, neste domingo, de um ato que protesta contra o projeto de concessão do Parque Farroupilha (Redenção), proposto pela prefeitura de Porto Alegre. Próximo ao Monumento ao Expedicionário, integrantes do Coletivo Preserva Redenção promoveu um ‘abraçaço’ em torno de um dos pontos de encontro mais conhecidos da cidade, tombado pelo Município.

A mobilização ocorreu após audiência pública que debateu o tema na Câmara de Vereadores, na última sexta-feira. Marcado por vaias, gritos de insatisfação e cartazes contrários à proposta, o evento no Legislativo durou dois dias e, ainda assim, terá mais um capítulo na próxima quarta-feira, no mesmo local. “O grupo foi criado há 45 dias para discutirmos o que a prefeitura diz não se tratar de privatização, mas quer entregar o parque para a iniciativa privada que vai ficar com um bem por 30 anos”, falou um dos coordenadores do movimento, Jarbas de Araújo.

Um dos pontos mais polêmicos é a instalação de um estacionamento no interior da Redenção, chamado pelo Coletivo de “garajão”. “Já temos mais de 23 mil assinaturas, entre os meios físicos e os eletrônicos, mas de 80 entidades no apoiando. Essa luta é longa, mas temos respaldo da sociedade e do Ministério Público de Contas, que já avalia uma documentação que entregamos”, enfatiza Araújo que, assim como outros integrantes do movimento, vestia uma camiseta com a frase “A Redenção não tem preço!!!”. O ‘abraçaço’ contou com a participação de políticos, como a deputada federal eleita Fernanda Melchionna, e de integrantes do Bloco da Laje.

Durante a audiência na Câmara, a secretária municipal de Parcerias, Ana Pellini, gestora que está à frente do processo, explanou o projeto, que prevê aumentar a iluminação e implementar melhorias avaliadas como necessárias pelo Município. “Nosso compromisso é dizer que a entrada continuará gratuita na Redenção e o parque será 24h aberto ao público”, anunciou. A previsão orçamentária entre investimentos e custos obrigatórios foi em torno de R$ 120 milhões. O ponto que provocou grande exaltação do público foi o anúncio do estacionamento. “O estacionamento está dentro das adequações previstas na área, basta ler o edital”, disse a secretária na ocasião.