Abrigados em ginásio de Eldorado do Sul têm esperança de passar o Natal nas suas casas

Abrigados em ginásio de Eldorado do Sul têm esperança de passar o Natal nas suas casas

Atingidos aguardam auxílio dos municípios para reconstrução

Paula Maia

Antônio Luis da Silva, de 66 anos, e Shirlei Zimmer da Silva, de 33 anos, estão abrigados no ginásio da Escola Municipal de Ensino Fundamental Getúlio Vargas, em Eldorado do Sul

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O clima é de esperança para os atingidos pelas enchentes em Eldorado do Sul que estão abrigados no ginásio da Escola Municipal de Ensino Fundamental Getúlio Vargas. Neste domingo, 30 pessoas ainda permanecem no espaço provisório disponibilizado pela prefeitura. Entre os abrigados, estão pessoas idosas, acamados e crianças.

Depois de 59 anos morando no bairro Medianeira, o aposentado Antônio Luis da Silva está há 10 dias abrigado no ginásio da escola. Ele espera qualquer tipo de auxílio da prefeitura de Eldorado do Sul para poder voltar para sua casa antes do Natal.

”A água veio lá por cima e subiu a lomba ainda. A água veio devastando e eu perdi tudo, mas quero voltar para a minha casinha”, afirmou.

O sentimento de esperança se mistura com o de preocupação da dona de casa Shirlei Zimmer da Silva que está no abrigo com seus quatro filhos e o avô que precisa de cuidados após os cinco episódios de Acidente Vascular Cerebral.

Ela e sua família moravam no bairro Picada e depois dos episódios de chuvas, apenas uma parede ficou em pé. Shirlei contou que as crianças não assistindo aula, pois o ônibus escolar não passa no local e ela está preocupada com a possibilidade de ter que trocar as crianças de escola faltando menos de duas semanas para o término do ano letivo.

“A gente quer melhoria. Assim como tá não tem como ficar. Estão dizendo que vão dar aluguel social e daqui um ano eles vão fazer umas casas para nós. É o que estão dizendo, mas não tem nada certo ainda”, contou.

De acordo com o diretor da Secretaria de Educação de Eldorado do Sul, Paulo Garcia, a prefeitura ainda está verificando as possibilidades do que pode ser feito. “São pessoas que ficaram com as casas muito danificadas. Estamos tentando arrumar um aluguel social, ou colocá-las em um abrigo ou pousada, até o município conseguir dar uma solução habitacional para essas famílias”, declarou Garcia.

Ele afirma que a intenção é encaminhar as pessoas para locais o mais perto possível das suas casas. O diretor também ressaltou que o município está aguardando o recurso do governo federal que vai permitir adquirir móveis para os atingidos das cheias.

“O município ainda está atendendo as famílias com as cestas básicas que foram doadas e algum recurso do município”, explicou afirmando que os principais itens que estão precisando no momento são roupas de cama, colchões e fogão. “Tem comida, mas as pessoas não têm onde preparar os alimentos”, lembrou.

Os moradores de Guaíba também estão em uma fase de reconstrução e aguardam algum tipo de auxílio. De acordo com a prefeitura, famílias de 55 casas devem receber auxílio do município e a  Defesa Civil está avaliando com o governo do Estado o que poderá ser executado. Essas residências estão localizadas nos bairros Ipê, Alvorada e Amaral Ferrador.

Atualmente não têm pessoas em abrigos na cidade, e uma equipe de psicólogos e assistentes sociais estão acompanhando as famílias que foram atingidas pela enchente e as que ainda precisam estar na casa de terceiros.

 

 

 


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