Acesso a consultas e filas de espera é debatido em Porto Alegre

Acesso a consultas e filas de espera é debatido em Porto Alegre

Plenária foi realizada pelo Conselho Municipal de Saúde e teve a participação do secretário municipal Fernando Ritter

Paula Maia

Os participantes debateram os números das filas de espera disponíveis no Sistema de Regulação de Consultas Especializadas

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O Conselho Municipal de Saúde (CMS) realizou uma plenária na noite desta quinta-feira com o objetivo de discutir o acesso às consultas e as longas filas de espera na capital. Durante o encontro, o colegiado questionou o governo sobre as ações que estão sendo tomadas para reduzir essas filas. O secretário municipal de saúde, Fernando Ritter, esteve presente.

Na abertura do encontro foi ressaltado que o acesso à saúde é um tema crucial para o CMS e que essa pauta tem sido discutida há algum tempo. Os participantes debateram os números das filas de espera disponíveis no Sistema de Regulação de Consultas Especializadas (GERCON). A conselheira Ana Paula de Lima mencionou um aumento de 95% no número de pessoas aguardando consultas especializadas, passando de 72 mil em 2020 para mais de 141 mil em maio de 2023. Esses dados incluem pacientes tanto da capital quanto de outros municípios do Estado.

Alguns casos se destacam como particularmente críticos, como a fila de espera para Dermatologia, com 6.220 pessoas; Oftalmologia adulto, com 5.501 pessoas; Neurologia, com 5.102 pessoas; Saúde Mental Adulto, com 4.810 pessoas; e Fisioterapia, com 4.760 pessoas na fila de espera para consulta.

Quanto ao atendimento de pacientes de outras cidades do Estado, o secretário ressaltou que Porto Alegre é referência e recebe recursos do Estado para atender essas pessoas que não têm atendimento nas suas cidades. Sobre os mutirões oftalmológicos, o secretário afirmou que houve uma redução significativa durante essas ações, mas o número de pessoas na fila voltou a aumentar depois do término das atividades. Ritter garantiu que o governo está buscando soluções definitivas para eliminar as filas e que o alto índice de ausências nas consultas é um fator crucial que precisa ser considerado.

O secretário de saúde utilizou os dados da fila de espera para consultas oftalmológicas como exemplo, informando que atualmente há 15 mil pessoas aguardando por essas consultas em Porto Alegre e mais de 400 pessoas deixam de comparecer às consultas mensalmente. Afirmou também que 55% das solicitações de atendimento de oftalmologia são destinados para moradores de Porto Alegre. Segundo ele, está sendo estudado um projeto para eliminar essa fila em 12 meses, o qual exigiria duplicar a capacidade atual de atendimento, com um custo adicional de 1,5 milhão de reais por mês.

Os presentes criticaram o exemplo do alto índice de absenteísmo na área de oftalmologia, afirmando que não representa a realidade de outras especialidades e que se deve investigar o motivo da ausência nas consultas. Em relação ao planejamento de políticas públicas na área de saúde, os participantes destacaram que essas ações deveriam ter sido realizadas desde o início do governo.

 


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