Acidentes com aranhas caem 36% no RS em 2023 em relação a 2022

Acidentes com aranhas caem 36% no RS em 2023 em relação a 2022

Animais são comuns nesta época de veraneio no estado

Felipe Faleiro

Infestação de Aranhas no Centro Histórico de Porto Algre

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Pequenas e perigosas, as aranhas são relativamente comuns na época de veraneio no Rio Grande do Sul. Assim como outros animais peçonhentos, estes insetos se movimentam principalmente em ambientes escuros, secos e quentes, requerendo atenção redobrada para se evitar acidentes. No Rio Grande do Sul, dois são os principais tipos monitorados: a aranha-armadeira, do gênero Foneutria, e a aranha-marrom, também conhecida na ciência como Loxosceles.

Conforme o Relatório Anual de Atendimentos do Centro de Informação Toxicológica (CIT/RS), da Secretaria Estadual da Saúde (SES), neste ano houve 1.156 acidentes relacionados a picadas de aranha no Rio Grande do Sul, uma redução de 36,2% do que os 1.812 registrados em 2022, com a maioria nas regiões de Caxias do Sul (529), Porto Alegre e região metropolitana (124), Passo Fundo (101) e Pelotas (84). No ano passado, 952, ou 52% do total, foram relacionados às aranhas-marrons, e 860 à armadeira.

No estado, ainda houve ocorrências das aranhas-de-jardim (Lycosa sp.), caranguejeira (Mygalomorphae) e viúva-negra (Latrodectus sp.). Outro documento do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), de novembro de 2022, mostrou que há uma maior proliferação destes acidentes nos meses de janeiro, novembro e dezembro, coincidindo com os meses mais quentes no RS. A região da 5ª Coordenadoria Regional de Saúde (5ª CRS), com sede em Caxias do Sul e abrangendo a serra gaúcha e os Campos de Cima da Serra, lidera com folga o número de acidentes com a aranha-marrom.

Também segundo o Cevs, 63% dos acidentes com esta espécie aconteceram no ambiente urbano, e outros 36% em áreas rurais. Já com a armadeira, houve nestes anos uma maior prevalência no meio rural, com 58%, contra 41% no ambiente urbano. 71% das pessoas picadas por aranhas-marrons tinham entre 20 e 59 anos de idade, e 17%, acima de 60 anos. Os dados também apontam que 46% dos pacientes buscaram atendimento 24 horas ou mais após a picada e 19% dos acidentes resultaram em necrose na área da lesão.

“O acidente por aranha-marrom é comum no nosso meio, mas, se tratado adequadamente, são raras as complicações ou sequelas. Elas ivem principalmente dentro das casas, camufladas entre as roupas, toalhas e lençóis, escondidas atrás de móveis e quadros ou em sótãos, porões e garagens”, afirma a bióloga Katia Moura, do CIT/RS. As aranhas-marrons têm, de maneira geral, hábitos noturnos e medem cerca de um centímetro de corpo e três de envergadura das patas.

Apresentam ainda coloração marrom-avermelhada e abdômen em formato de caroço de azeitona. Ações como sacudir roupas, sapatos, toalhas e lençóis antes de utilizá-los, assim como manter casa e pátios sempre limpos, podem contribuir para afastar estes animais das residências, já que, conforme observa Kátia, elas vivem camufladas entre as roupas, toalhas e lençóis, escondidas atrás de móveis e quadros ou em sótãos, porões e garagens.


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