Acordo entre a prefeitura de Caxias e o Hospital Pompéia adia fechamento do setor materno-infantil

Acordo entre a prefeitura de Caxias e o Hospital Pompéia adia fechamento do setor materno-infantil

Atendimento será encerrado para que hospital possa focar em outras especialidades

Celso Sgorla

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Depois de alguns dias de impasse entre a prefeitura de Caxias do Sul e o Hospital Pompéia em função da casa de saúde ter anunciado que encerraria no prazo de 90 dias os atendimentos no setor materno-infantil as duas partes voltaram a se reunir nessa segunda-feira e ficou acordado em eliminar o prazo de fechamento da maternidade. Também foi acordada a criação de grupo de trabalho técnico para discutir a solicitação de redução de outros serviços apresentada pelo Pompéia em ofício enviado ao município na semana passada.

O grupo de trabalho técnico terá representantes da Prefeitura, Pompéia, 5ª Coordenadoria Regional de Saúde (5ª CRS), Comissão de Saúde da Câmara e Conselho Municipal de Saúde. O primeiro encontro ocorre na sexta-feira (26), no Ministério Público.

Na reunião, o prefeito Adiló Didomenico, falou em nome de todos os 49 municípios da Macrosserra e reiterou que Caxias do Sul não permitirá que a população fique desassistida: “Nossa prioridade é garantir a assistência de saúde à população e não abrimos mão disso. Sempre estivemos dispostos a conversar e essa continua sendo nossa postura, mas não aceitaremos que a população seja prejudicada”, destacando que será necessário buscar outras instituições que tenham condições e interesse de realizar os serviços.

“A pactuação de atendimentos com o Hospital Pompéia sempre foi pautada em médias históricas, juntamente com o que o hospital se propunha a atender e também diante das necessidades da população. O Município aporta R$ 1,8 milhão mensais e cedemos em alguns aspectos solicitados anteriormente, de forma que não prejudicasse a população”, lembrou a secretária municipal da Saúde, Daniele Meneguzzi.

A superintendente do Hospital Pompéia, Lara Vieira, disse que o hospital encerrará o atendimento da maternidade para que a instituição possa focar em outras especialidades das quais é referência, em função da situação econômico-financeira:

“Estamos decididos a encerrar essa especialidade (maternidade) como um todo, mas não se discute a possibilidade de não entregar serviços de saúde pública. Nos propomos a negociar o prazo de fechamento da assistência materna e as outras questões de redução de quantidades”, assegurou Lara, que também representou o Pio Sodalício das Damas de Caridade do Hospital Pompéia e alegou necessidade de buscar equilíbrio econômico-financeiro. O Pompéia não é referência no atendimento materno-infantil, mas realiza, em média, 150 partos ao mês, a maioria via SUS.


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