Adquirentes de apartamentos não entregues fazem manifestação em frente à agência da Caixa

Adquirentes de apartamentos não entregues fazem manifestação em frente à agência da Caixa

Atraso na entrega dos imóveis provocou protesto de proprietários em Gravataí

Fernanda Bassôa

Adquirentes de apartamentos não entregues fazem manifestação em frente à agência da Caixa

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Um grupo de moradores, proprietários de imóveis financiados pela Caixa Econômica Federal, dentro do programa Minha Casa Minha Vida (Faixa 1), apartamentos que nunca foram entregues, realizaram uma manifestação na tarde desta quarta-feira em frente a uma das agências bancárias, em Gravataí, pedindo explicações.

Com apitos, nariz de palhaço, buzinas e cartazes, os moradores entraram pelo terminal dos caixas eletrônicos e fizeram barulho para chamar atenção daqueles que estavam dentro da agência e também quem passava pela rua. O Residencial Florença, cujas obras deveriam ter sido entregues em 2010, está com os serviços totalmente parados e, em virtude do abandono, foi depredado por vândalos e janelas e louças de banheiro foram furtados. O empreendimento fica na Rua Santa Clara, parada 65.

O advogado da associação dos adquirentes dos imóveis, Rafael Paiva Nunes, contou que uma ação corre na Justiça desde 2017 solicitando a conclusão do empreendimento e a entrega dos apartamentos. “Houve uma Sucessão de construtoras e hoje os imóveis estão lá, abandonados. Sabemos que há problemas estruturais que impedem a entrega do empreendimento, mas isso precisa ser solucionado.” Ele ainda explicou que imóveis foram adquiridos a valores que oscilaram entre R$ 49 a 60 mil, e os contratos foram firmados entre julho e novembro de 2009.

Pela proposta de adesão, segundo ele, o prazo para a entrega das unidades seria de 13 meses após a assinatura do contrato de financiamento com a Caixa, permitindo concluir que a entrega seria entre agosto e dezembro de 2010. O projeto original prevê 112 unidades, na fase 1, e 80 unidades na fase 2. “Entretanto, visitando o local, apenas a primeira fase foi edificada e nitidamente com problemas estruturais. Da segunda fase, absolutamente nada foi feito.” Um total de 192 unidades e pelo menos 116 adquirentes.

Um dos adquirentes, o técnico em química, Edson Claiton Machado Flores, 32 anos, disse que a situação que se arrasta há anos tirou a dignidade dos moradores. “É muito triste. Uns moram de aluguel, outros na casa da sogra. Ninguém nos dá explicação plausível. Nos tiraram o sonho da casa própria, destruíram o planejamento da vida de muitas pessoas”, disse. Andriana Naressi, 35 anos, lembra que logo após o contrato, chegou ainda a fazer orçamento de piso e materiais para o novo apartamento. “É muito triste o que fizeram conosco.”

A Caixa informou, através de nota, que devido a problemas apresentados pelas construtoras, acionou a seguradora do empreendimento por duas vezes, porém as obras foram paralisadas e se tornaram alvo de ação criminosa de furto e depredação, fato que foi encaminhado ao conhecimento das autoridades competentes para investigação.

A Caixa esclareceu que tem trabalhado fortemente na busca pela melhor solução possível para o contrato, desenvolvendo todos os levantamentos necessários, tanto da situação técnica do empreendimento, quanto da situação jurídica para os contratantes.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895