Adquirentes de apartamentos não entregues fazem manifestação em frente à agência da Caixa
Atraso na entrega dos imóveis provocou protesto de proprietários em Gravataí
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Com apitos, nariz de palhaço, buzinas e cartazes, os moradores entraram pelo terminal dos caixas eletrônicos e fizeram barulho para chamar atenção daqueles que estavam dentro da agência e também quem passava pela rua. O Residencial Florença, cujas obras deveriam ter sido entregues em 2010, está com os serviços totalmente parados e, em virtude do abandono, foi depredado por vândalos e janelas e louças de banheiro foram furtados. O empreendimento fica na Rua Santa Clara, parada 65.
O advogado da associação dos adquirentes dos imóveis, Rafael Paiva Nunes, contou que uma ação corre na Justiça desde 2017 solicitando a conclusão do empreendimento e a entrega dos apartamentos. “Houve uma Sucessão de construtoras e hoje os imóveis estão lá, abandonados. Sabemos que há problemas estruturais que impedem a entrega do empreendimento, mas isso precisa ser solucionado.” Ele ainda explicou que imóveis foram adquiridos a valores que oscilaram entre R$ 49 a 60 mil, e os contratos foram firmados entre julho e novembro de 2009.
Pela proposta de adesão, segundo ele, o prazo para a entrega das unidades seria de 13 meses após a assinatura do contrato de financiamento com a Caixa, permitindo concluir que a entrega seria entre agosto e dezembro de 2010. O projeto original prevê 112 unidades, na fase 1, e 80 unidades na fase 2. “Entretanto, visitando o local, apenas a primeira fase foi edificada e nitidamente com problemas estruturais. Da segunda fase, absolutamente nada foi feito.” Um total de 192 unidades e pelo menos 116 adquirentes.
Um dos adquirentes, o técnico em química, Edson Claiton Machado Flores, 32 anos, disse que a situação que se arrasta há anos tirou a dignidade dos moradores. “É muito triste. Uns moram de aluguel, outros na casa da sogra. Ninguém nos dá explicação plausível. Nos tiraram o sonho da casa própria, destruíram o planejamento da vida de muitas pessoas”, disse. Andriana Naressi, 35 anos, lembra que logo após o contrato, chegou ainda a fazer orçamento de piso e materiais para o novo apartamento. “É muito triste o que fizeram conosco.”
A Caixa informou, através de nota, que devido a problemas apresentados pelas construtoras, acionou a seguradora do empreendimento por duas vezes, porém as obras foram paralisadas e se tornaram alvo de ação criminosa de furto e depredação, fato que foi encaminhado ao conhecimento das autoridades competentes para investigação.
A Caixa esclareceu que tem trabalhado fortemente na busca pela melhor solução possível para o contrato, desenvolvendo todos os levantamentos necessários, tanto da situação técnica do empreendimento, quanto da situação jurídica para os contratantes.