Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Esteio, Sapucaia e Viamão estão 100% sem abastecimento de água

Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Esteio, Sapucaia e Viamão estão 100% sem abastecimento de água

Somente Guaíba, Eldorado e 50% de Gravataí seguem com fornecimento de água no polo metropolitano, o que significa que 423 mil imóveis foram afetados com a interrupção do serviço

Fernanda Bassôa

Equipes trabalham desde cedo em uma operação força-tarefa ininterrupta para tomar soluções emergenciais imediatas

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As Estações de Tratamento de Água (ETAs) e Esgoto (ETEs) da Região Metropolitana foram atingidas pelas cheias e estão paradas. A única Estação de Tratamento de Água em funcionamento na região, neste momento, é a de Gravataí. De acordo com dados fornecidos pelo Centro de Operações Integradas (COI) da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), até que o nível das águas baixe, não há previsão de retomada dos serviços. As cidades de Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Esteio, Sapucaia e Viamão estão 100% desabastecidas. Somente Guaíba, Eldorado e 50% de Gravataí seguem com fornecimento de água no polo metropolitano, o que significa que 423 mil imóveis foram afetados com a interrupção do serviço na região.

Equipes trabalham desde cedo em uma operação força-tarefa ininterrupta para tomar soluções emergenciais imediatas. Para intensificar os esforços, o Grupo Aegea está trazendo técnicos em eletromecânica de outras unidades do país para auxiliar no reparo dos equipamentos danificados pelas cheias. Recomendamos o uso prioritário da água para serviços básicos, já que haverá racionamento. Diante da severidade do desastre climático em todo o Estado, um total 64 de municípios estão desabastecidos em todo o Estado, interrompendo o fornecimento de água em 860 mil imóveis.

Destas, 43 cidades estão severamente impactadas por alagamentos de estações, unidades e sistemas da Corsan. Neste momento, junto com a região metropolitana, as regiões Nordeste (201 mil imóveis sem água em 25 municípios), Central (167 mil imóveis em 13 municípios) e Sinos (49 mil imóveis em 7 municípios) são as mais impactadas. No Planalto e no Pampa gaúchos, 12 municípios somam 16 mil famílias afetadas.

Até o momento, a Corsan mobilizou 55 caminhões-pipa e instalou 47 geradores para suprir a falta de energia elétrica nos sistemas operacionais em cidades onde foi possível, por acesso rodoviário, entregar os equipamentos. Além disso, a Companhia conseguiu concluir, no fim da tarde desta sexta-feira, a remoção de 359 famílias que viviam em áreas de risco das barragens sob alerta, em Santa Maria e Bento Gonçalves. Em parceria com o Exército, a Defesa Civil e governos locais e estadual, a Corsan retirou e realocou essas pessoas em abrigos seguros e hotéis da região.

Os problemas enfrentados pelas equipes da Corsan, que trabalham se revezando em regime de plantão, evidenciam a proporção das dificuldades enfrentadas pela Companhia para reparar estruturas do sistema de abastecimento de água em dezenas de cidades drasticamente afetadas pelas cheias. Os complicadores são diversos: alagamento das estruturas operacionais da Corsan, devido ao escoamento da água das cheias das bacias mais altas para as regiões mais baixas; a falta de energia elétrica, que interrompe sistemas de captação, tratamento e distribuição em diversos municípios; a grande quantidade de vegetação e destroços nas redes de captação; e a dificuldade de acesso a algumas localidades, tornando ainda mais complexa a realização de reparos.

Sem energia elétrica, as bombas que impulsionam a água das estações de tratamento para residências e empresas não funcionam, causando o desabastecimento. Para garantir o funcionamento desses sistemas, a Corsan adota medidas emergenciais, quando possível, como a contratação de geradores para suprir a falta de energia elétrica e carros-pipa para o atendimento imediato à população. Equipes da Corsan foram reforçadas e atuam em regime emergencial para prestar o suporte necessário até que a situação seja normalizada. A empresa também se colocou à disposição das operadoras de energia para contribuir com o restabelecimento da normalidade dos serviços.


Correio do Povo
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