Alvorada segue com pontos de alagamentos no bairro Americana

Alvorada segue com pontos de alagamentos no bairro Americana

Moradores ainda não conseguiram retornar de forma plena para suas casas e temem previsão de novas chuvas para os próximos dias

Rodrigo Thiel

O morador Jesus Dutra conta que, desde a enchente de junho, ficou apenas duas semanas em casa. Nesta quinta-feira, ele estava retirando o restante de seus pertences

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Apesar do recuo considerável do arroio Feijó, muitos moradores seguem com dificuldade para voltar para suas casas. As últimas quadras das ruas Americana, Marquês do Pombal e Anita Garibaldi, no bairro Americana, ainda possuem pontos de alagamentos. A moradora Miriã Sampaio relata que seus móveis e eletrodomésticos seguem erguidos, pois está com medo de uma nova elevação do arroio em função da volta da chuva nos próximos dias.

“Nessa enchente a gente ficou na casa do meu cunhado, que é mais alta. Ele também tem um barquinho, que nos ajudava para ir no mercado e buscar as coisas. Mas a água desse jeito ainda dificulta bastante para a gente. Agora nós precisamos de material para limpar as casas, pois ficou com muita sujeira”, contou Miriã, que mora na rua Anita Garibaldi.

Paralela a ela, na rua Marquês do Pombal, Jesus Dutra estava retirando alguns pertences de sua casa quando recebeu uma visita. Era uma equipe da Corsan que foi até o local para cortar o abastecimento de água. “Desde a primeira enchente eu não consegui mais pagar as contas. Não tem nem como se estabilizar aqui. Fiquei a maior parte do tempo fora de casa e quando voltei, fiquei duas semanas e veio outra enchente”, relatou o morador.

Após uma breve conversa com a equipe da Corsan, Jesus foi orientado a entrar em contato com a companhia para explicar a situação. O corte no abastecimento de água não foi realizado no momento. Um dos colaboradores da Corsan citou que o corte é definido por um sistema, mas que ele “entende e se compadece da dor destes moradores”.

Nesta quinta-feira, o último morador que seguia em um abrigo montado pela prefeitura retornou para sua casa. A Defesa Civil ainda aguardará o arroio Feijó recuar mais para iniciar o trabalho de limpeza das ruas e retirada de móveis e entulhos que já se acumulam no bairro Americana.

Em Cachoeirinha, o diretor da Defesa Civil, Vanderlei Marcos, informou que o nível do rio Gravataí está normalizando, com pouco mais de 4 metros. O principal trabalho realizado na cidade é a limpeza das ruas e o patrolamento de estradas vicinais. Além disso, ainda há pontos com alagamentos no bairro Parque da Matriz, onde a Defesa Civil segue monitorando algumas famílias ribeirinhas.


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