Ambulância Caravan de exposição já auxiliou a realizar mais de 30 resgates na enchente em Novo Hamburgo

Ambulância Caravan de exposição já auxiliou a realizar mais de 30 resgates na enchente em Novo Hamburgo

Veículo de 1988 tem sirene funcional e maca adaptada, levando pessoas feridas e pertences

Felipe Faleiro

Rafael dos Anjos, proprietário, ao lado do veículo de 1988

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Uma Chevrolet Caravan, ano 1988, adquirida de uma emissora de televisão de São Paulo, e originalmente utilizada como cenografia para pegadinhas, agora está com outra função: é usada para o resgate de pessoas na enchente no bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo, quase na divisa com São Leopoldo. O veículo, cujo proprietário é o supervisor comercial Rafael dos Anjos, de Estância Velha, tem sirene funcional e uma maca para pessoas de até 1,80 metro.

Rafael conta que veio ao local como voluntário, e o carro já ajudou por volta de 30 pessoas, seja transportando pertences, ou mesmo removendo pessoas feridas para Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ou ao Hospital Municipal de Novo Hamburgo. "Conversei com as Guardas Municipais de Novo Hamburgo e Estância Velha, e me coloquei à disposição para auxiliar o pessoal", afirmou ele.

Não apenas o automóvel tem a nobre função de salvar vidas, como o próprio Rafael, membro do Veteran Car Club, tradicional clube local de amigos amantes de carros antigos, disse ter curso de condutor de veículos de emergência. "Não soou enfermeiro, mas numa situação de catástrofe como esta, a prioridade é auxiliar o máximo possível, salvando vidas". Outros motoristas com veículos a exemplo de jipes também estão auxiliando na região.

Segundo ele, o sentimento é de que a população passa por uma grande dificuldade, mas que, em uma situação de conforto, na casa, muitas vezes não há a noção exata do que outras pessoas estão passando. "Quando eu chego em casa, à noite, e consigo tomar banho, desabo. Não é fácil ver crianças, bebês, sendo retirados de dentro das casas, molhados, com frio, com fome, com medo. E você se sente meio que na obrigação de fazer alguma coisa para aliviar a dor destas pessoas".


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