Após 20 anos, pesquisa vai atualizar como a população se desloca por Porto Alegre

Após 20 anos, pesquisa vai atualizar como a população se desloca por Porto Alegre

Pesquisa de Origem e Destino e Domiciliar (EDOM) visitará 10 mil domicílios da Capital

Felipe Faleiro

Adão de Castro Júnior, titular da SMMU, detalhou realização do levantamento

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Um levantamento municipal para entender o deslocamento da população em Porto Alegre começa na próxima terça-feira em 10 mil domicílios sorteados nos 94 bairros da Capital. A Pesquisa de Origem e Destino e Domiciliar (EDOM), cuja edição mais recente foi realizada em 2003, buscará compreender como as pessoas transitam pela cidade, de que forma se deslocam, em que horários e utilizando quais modais. De acordo com o secretário Municipal de Mobilidade Urbana (SMMU), Adão de Castro Júnior, a amostragem deverá permitir um recorte local consistente.

A pesquisa, realizada pelo Consórcio CGC, contratado por licitação, não tem prazo de finalização, porém há uma meta de alcançar o número desejado de respostas até dezembro. “Vamos obter de informação uma grande massa de dados que, no fim, vai nos ajudar a entender questões bastante amplas, além de subsidiar um novo grande plano de transporte que vai trazer um redesenho da cidade de Porto Alegre”, aponta ele. A pesquisa foi precedida por um projeto-piloto, no qual 85 unidades foram visitadas entre junho e julho.

O levantamento, sempre de terça-feira a sábado, das 8h às 19h, inicia pelos bairros Floresta e São Geraldo, na zona Norte, seguindo depois para o São João, Navegantes, Passo D’Areia, Auxiliadora e demais pontos desta região. Os entrevistadores estarão identificados com um colete e crachá. Em caso de dúvidas, a população pode consultar a identidade pelos telefones 118, da EPTC, e (11) 3097-8112, do consórcio, onde também é possível agendar a pesquisa.

Prefeitura acredita que pandemia modificou o deslocamento na cidade

Para o secretário, o tempo entre a última EDOM e esta fez com que houvesse a modificação dos modais de transporte na Capital, com a inclusão do transporte por aplicativos e bicicletas por sistema de aluguel, entre outros. “A pandemia também foi um fator que modificou os deslocamentos, com a maior difusão do home office, crescimento de compras pela Internet e aumentando as entregas. Então houve uma alteração importante no comportamento das pessoas”, comenta Adão de Castro Júnior.

No entanto, há grandes gargalos relacionados ao transporte público ainda a serem resolvidos, e que poderão, nas palavras dele, ser atacados a partir dos resultados do levantamento. A pesquisa quer entender, inclusive, como é a forma de pagamento utilizada nos ônibus, como exemplo. “A EDOM é uma base muito importante neste sentido, também para projetos futuros que queremos implantar na cidade. Grandes empreendimentos, por exemplo, precisam de estudos de impacto de vizinhança e de tráfego”.

O formulário inteiro é extenso, com mais de 110 perguntas, porém, dependendo das respostas anteriores, diversas outras não necessitam ser respondidas. Além da visita domiciliar, os pesquisadores também farão a contagem volumétrica, para saber quantos e quais veículos estão transitando nas 24 horas de um dia, por quais vias e com quantos passageiros. A ideia é ainda que sejam feitas blitzes em alguns destes locais e entrevistar os motoristas sobre origem e destino das viagens. “Buscamos ter condições de entender melhor o perfil das pessoas e o motivo dos deslocamento delas, para desenvolvermos políticas públicas mais assertivas lá na frente”.


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