Após assembleia, metroviários mantêm paralisação na Trensurb na segunda-feira

Após assembleia, metroviários mantêm paralisação na Trensurb na segunda-feira

Conforme o Sindimetrô RS, trens não vão circular em ambos os sentidos durante todo o dia

Felipe Faleiro

110 mil passageiros dependem do transporte via trens na Região Metropolitana diariamente

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O Sindicato dos Metroviários do RS (Sindimetrô RS) manteve a decisão de entrar em greve a partir desta segunda-feira. A medida foi definida após nova assembleia geral da categoria na tarde de domingo. Por conta da paralisação, os serviços da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A (Trensurb) serão impactados. Os trens não devem circular em ambos os sentidos durante todo o dia, afetando 110 mil passageiros que dependem deste transporte, segundo o sindicato. Na terça, o serviço volta ao normal.

Porém, a Trensurb afirma que ganhou ação a fim de preservar o patrimônio e o livre funcionamento da empresa junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, e que, "em caso de descumprimento da decisão, o Sindimetrô-RS será multado em R$ 100 mil". Conforme nota da empresa, a liminar prevê proibição de invadir ou ocupar a via dos trens, de impedir os usuários de adquirirem os bilhetes e de liberar as catracas, permitindo o uso sem o pagamento da tarifa. Conforme a Trensurb a empresa "mantém todos os esforços para garantir a prestação do serviço de transportes", e Metroplan e EPTC farão reforço nos horários das linhas de ônibus.

No sábado, representantes dos metroviários, empresa pública de trens, Ministério Público e TRT4 realizaram reunião de mediação na sede do tribunal. O resultado do encontro trouxe certo alento à categoria, que prometeu levar a resposta da Trensurb à categoria. “Houve proposta para o avanço das negociações”, afirmou o presidente do Sindimetrô RS, Luiz Henrique Chagas. A Trensurb levou à reunião no TRT4 a intenção de encaminhar ao Conselho de Administração a possibilidade de rever decisão administrativa dos pagamentos dos adicionais de risco de vida e periculosidade, algo que, segundo o sindicato da categoria, não estava sendo cumprido pela empresa. Segundo o Sindimetrô RS, o acordo coletivo de trabalho firmado entre as partes estaria sendo descumprido.

Outra questão motivadora da greve é a manutenção da Trensurb no Plano Nacional de Desestatização (PND) do governo federal, mesmo após a promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em remover outras empresas públicas do programa. Situação similar ocorre no Recife, onde os trabalhadores da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) local estão em estado de greve por 30 dias desde 17 de abril em razão da manutenção do metrô local no projeto de privatizações.

Sobre a possibilidade de greve amanhã, a Metroplan, que administra o transporte coletivo intermunicipal na região Metropolitana de Porto Alegre, disse que solicitou “medidas de atendimento emergencial” a todas as operadoras. Linhas que são integradas à Trensurb estão autorizadas a ampliarem horários e itinerários sem informar a Metroplan previamente. A empresa comentou ainda que “junto às concessionárias, não medirão esforços para atenuar o impacto da paralisação na mobilidade urbana dos passageiros”.

Em Porto Alegre, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) reforçou que não haverá reforço de equipes na cidade, e que a operação será normal, mesmo com a possibilidade de aumento no trânsito de automóveis. “Os agentes de fiscalização e Central de Controle de Monitoramento da Mobilidade vão atuar para garantir a segurança viária”, disse a EPTC.


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