Após conflito, Prefeitura se reunirá com movimento de moradia por liberação de prédio no Centro

Após conflito, Prefeitura se reunirá com movimento de moradia por liberação de prédio no Centro

Desde a manhã deste sábado, manifestantes ocupam antigo prédio da Cia da Arte na Rua dos Andradas em Porto Alegre

Correio do Povo

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A Prefeitura de Porto Alegre comunicou, na tarde deste sábado, que acertou com representantes do Movimento Nacional de Educação na Moradia (MNLM) uma reunião na próxima segunda-feira com o prefeito Sebastião Melo. O encontro buscará encerrar a ocupação dos manifestantesque se iniciou pela manhã no antigo prédio da Cia da Arte, na Rua dos Andradas, no Centro Histórico, e provocou cenas de conflito entre o grupo e agentes da Guarda Municipal. 

De acordo com o Executivo, nas negociações entre o movimento e secretários municipais, ficaram acordados os seguintes termos: o grupo seguirá no local até segunda-feira, não entrarão novos manifestantes e estão asseguradas entregas de alimentação em horários previamente combinados. O prédio permanecerá isolado e monitorado pela Guarda Municipal e Brigada Militar. 

Conflito será apurado

Durante a abordagem pela manhã, um tumulto iniciou na esquina com a Praça Dom Feliciano. A Guarda Municipal tentou impedir o acesso de apoiadores do movimento que tentavam ingressar na Rua dos Andradas, que estava bloqueada, para entregar marmita aos ocupantes.

Spray de pimenta e bala de borracha foram disparados contra os manifestantes. A deputada estadual Laura Sito estava no local representando a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa no momento da manifestação e relata ter sido atingida de raspão por uma bala de borracha.

“Temos uma ocupação que pede para que esse prédio seja retirado da lista de venda de prédios do Município, para que ele possa ser utilizado para a moradia popular e para projetos culturais. O que ocorreu foi um abuso de autoridade profundo da Guarda Municipal. Eu não estava fazendo nada. Estava aqui apenas acompanhando a ocupação”, afirmou a deputada.

Por determinação do prefeito, um procedimento administrativo será instaurado para apurar as circunstâncias do conflito ocorrido entre os invasores e a Guarda Municipal durante a ocorrência. “Este tipo de abordagem foge à normalidade das ações da corporação, que são pautadas no diálogo. Nenhum de nós tem interesse no conflito, na violência. Vamos garantir a segurança de todos até a conclusão do processo”, destaca o comandante da Guarda Municipal, Marcelo Nascimento.


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