Após fim das chuvas, moradores tentam limpar o que é possível na Ilha da Pintada

Após fim das chuvas, moradores tentam limpar o que é possível na Ilha da Pintada

Águas ainda tomam conta de muitas casas no local

Paula Maia

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Apesar da chuva ter cessado nesta quinta, muitas ruas da Ilha da Pintada só tem acesso por barcos. As águas ainda tomam conta de muitas casas e os moradores aproveitam o dia ensolarado para tentar limpar o que é possível. 

O acesso na rua Nossa Senhora da Boa Viagem, que termina na Colônia de Pescadores Z-5, ocorre apenas de barco. Na parte mais alta, a água ultrapassava 50cm. Em outro trecho da rua, a água passa da cintura.

Marcos Visintainer, morador na Ilha há 40 anos, ficou surpreso com a enchente. Afirmou que ninguém esperava que fosse passar o episódio de 2015.  Ele é morador na rua Nossa Senhora da Boa Viagem e está ajudando as pessoas com o transporte de barco entre as ruas alagadas da Ilha.  " A velocidade que essa água subiu esse ano, nunca vi nada igual", garantiu.

O proprietário de uma lancheira, na Salomão Pires Abraão, esquina com a Boa Viagem, aproveitou a manhã de sol para começar a limpeza no local. 

Gustavo Leal tem a lancheira desde de 1999 e afirma que o maior prejuízo foi deixar de vender. Ele já estava preparado para o aumento do nível do rio, mas afirma que as águas subiram mais do que 2015.

Leal esta com a lancheira fechada desde domingo. Ele pretende abrir amanhã, mas está receoso com a da volta do vento Sul, no sábado, que ajuda a represar a água.  "Acho que vou ter que fechar no sábado novamente", considerou.

Iara Rodrigues, moradora da rua Oscar Shimitt há 70 anos e também afirmou que nunca viu nada igual. Foi a primeira vez que entrou água na sua casa.  Ela contou que a sua nora, moradora da rua  Presidente Vargas, perdeu tudo por causa do alagamento. E ainda  ressaltou com pesar a  quantidade de casas levadas pelas água na Ilha Mauá.

Vitor Leal, 44 anos, e Nilvana Pires, 54 ano, são moradores da Ilha Mauá. O casal foi para a casa de parentes na Ilha da Pintada na segunda-feira, e na manhã desta sexta-feira foram de barco até a residência para ver as condições a casa e o que foi atingido pelas águas.

"Além de toda a tristeza ainda têm pessoas que roubam as coisas", desabafou Nilvana.


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