Após nova mediação, Instituto de Cardiologia teria se comprometido a desfazer demissões coletivas

Após nova mediação, Instituto de Cardiologia teria se comprometido a desfazer demissões coletivas

Conforme o SindiSaúde-RS, cerca de 75% dos funcionários desligados não pretendem retornar às funções, mas buscar o acerto da rescisão contratual

Correio do Povo

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Mais uma mediação envolvendo a Fundação Universitária de Cardiologia – Instituto de Cardiologia (FUC) e os sindicatos que representam os 223 colaboradores desligados em novembro foi realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT4). De acordo com o SindiSaúde-RS, o instituto teria se comprometido em tornar sem efeito as demissões e aceitar o retorno dos profissionais que possuem interesse em retornar às suas funções.

Além disso, ficou definido que uma nova mediação deve ocorrer no dia 14 de dezembro, para averiguar se as reintegrações foram de fato realizadas pela FUC, assim como o pagamento dos salários dos empregados e a apresentação de uma proposta de quitação do 13º salário. O sindicato ainda destacou que apenas 25% dos colaboradores pretendem retornar às suas funções, enquanto os outros 75% buscarão o acerto da rescisão contratual com o Instituto de Cardiologia.

Nos últimos dias, parte dos colaboradores desligados relataram ser impedidos de voltarem às suas funções. O presidente do SindiSaúde-RS, Julio Jesien, afirmou que o sindicato está lutando para assegurar que todos os direitos trabalhistas sejam pagos aos trabalhadores. “Eles não têm culpa nenhuma do desastre que vem sendo a gestão, ou do falido programa Assistir do governador Leite. O TRT-4 também só está querendo ver a lei ser cumprida. Agora, esperamos que no dia 14 possamos enxergar a garantia de que todo trabalhador demitido terá um final de ano com seus direitos garantidos e em paz com sua família”, completou.

Em nota, o Instituto de Cardiologia também ressaltou que a grande maioria dos colaboradores não quer retornar para as suas funções e que a administração do grupo segue em negociação com os sindicatos, enquanto discute judicialmente as decisões da Justiça do Trabalho e do TRT4. “FUC informa que o processo de mediação junto ao TRT está em pleno desenvolvimento e todas as ações e alternativas estão sendo discutidas nesse fórum, ainda sem desfecho conclusivo. Na próxima quinta-feira haverá uma nova etapa, quando se espera sejam acordados os procedimentos a serem adotados por todas as partes”, citou a instituição.

Desde a demissão coletiva, o Instituto de Cardiologia já entrou com pedido de recuperação judicial, em função de um passivo de R$ 233.741.655,19 acumulado ao longo dos últimos anos, e recebeu a intenção de um aporte de R$ 15 milhões do Governo Federal. 

A demissão em massa de 223 profissionais do Instituto de Cardiologia ocorreu entre os dias 16 e 17 de novembro. Dias depois, o SindiSaúde-RS e o Sindicato dos Enfermeiros no Estado do Rio Grande do Sul (SERGS) entraram com uma ação para a reintegração dos colaboradores, com decisão que foi aceita pela Justiça do Trabalho e mantida no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4).


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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895