Após restauração, monumento O Desbravador é reinaugurado em Chapecó

Após restauração, monumento O Desbravador é reinaugurado em Chapecó

Reparo do monumento que mede 14 metros de altura durou cerca de um mês e meio

Agostinho Pivesan

O Desbravador teve pontos de oxidação recuperados, reforços estruturais implantados, troca de chapas e restauração de peças

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O Desbravador, um dos símbolos de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, foi reinaugurado nesta quarta-feira, após a restauração que durou cerca de um mês e meio e fez parte da programação dos 105 anos do município. O aniversário, comemorado nesta quinta-feira, contará com desfile no centro da cidade pela manhã.

O monumento tem 14 metros de altura e pesa nove toneladas. Localizado no canteiro central da avenida Getúlio Vargas, ao lado de outro símbolo de Chapecó, a Catedral Santo Antônio, O Desbravador foi tombado pelo Decreto Nº 38.545, de 27 de fevereiro de 2020. O município é o responsável pela sua manutenção.

A presidente da Fundação Cultural de Chapecó, Roselaine Vinhas, destacou a importância da recuperação da estrutura. “Devolver à comunidade a maior obra de Paulo de Siqueira é um ato de comprometimento da administração de Chapecó com a memória do ,unicípio e do Oeste Catarinense”, disse.

Roselaine ressaltou que a obra, construída em sucata, necessita de periódica restauração, para manter-se em perfeitas condições. “Foram consertados pontos de oxidação, implantados reforços estruturais, troca de chapas e restauração de peças, além de nova pintura para proteger a obra das intempéries climáticas”, detalha.

O prefeito de Chapecó, João Rodrigues, disse que o monumento é uma das imagens que identifica o município. “Esta é uma obra de referência de Paulo de Siqueira, que também tem outras obras espalhadas pela cidade. Por isso, a administração priorizou a restauração antes que isso fosse inviável. Agradecemos a parceria com o Ministério Público e o Fundo de Recuperação de Bens Lesados, com o qual também vamos recuperar o prédio da antiga prefeitura, onde atualmente temos o museu”, destacou Rodrigues.

De acordo com o presidente do Fundo, o secretário de Planejamento e Desenvolvimento, Valmor Scolari, foram destinados R$ 200 mil para a obra. Outros R$ 24,2 mil foi por contrapartida da prefeitura, totalizando R$ 224,2 mil.

Em 1980, o fotógrafo Victorino Biazio Zolet, por meio do Lions Clube de Chapecó, foi o responsável pelo encaminhamento da moção, apreciada e aprovada pelo clube, ao então prefeito Milton Sander, para a implantação de um monumento em praça pública. O objetivo era homenagear “os desbravadores” que aqui chegaram, além de registrar uma parte da história de Chapecó e servir de marco visual para a cidade. A Administração Municipal convidou o artista gaúcho Paulo de Siqueira para a construção do monumento.

Paulo de Siqueira foi um dos maiores artistas plásticos da região Sul do Brasil, com uma extensa produção difundida em diversas linguagens como pintura e desenho, representados na maior parte das vezes por esboços de suas criações tridimensionais, obtendo a partir de 1980 uma rica produção artística com base em esculturas e monumentos que o consagraram como referência presente em acervos particulares, públicos, praças e galerias – não somente no Brasil como também em outros países latino-americanos.

Também nesta quarta-feira, foi assinada a ordem de serviço para a reforma e recuperação do prédio que foi sede da prefeitura em 1950, na avenida Getúlio Vargas, próximo ao Monumento O Desbravador. O investimento, também do Fundo de Recuperação de Bens Lesados, será de R$ 184,2 mil. O prédio no estilo Eclético em alvenaria, sem vigas de forma parede sobre parede, com área de 609,49 metros quadrados, foi construído no início da década de 1940 e concluído em 1950.

A edificação de cor amarela, localizada na região central de Chapecó, também foi sede da Câmara Municipal de Vereadores, do Fórum da Comarca de Chapecó e, atualmente, abriga o Museu de História e Arte de Chapecó, o Museu Selistre de Campos, e abriga também a reserva técnica do Museu da colonização. Foi tombado pelo Decreto Nº 17.594, de 27 de novembro de 2007.


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