Aprovado projeto que muda contratação de crédito para melhorias no Túnel Verde, em Porto Alegre

Aprovado projeto que muda contratação de crédito para melhorias no Túnel Verde, em Porto Alegre

União deixa de ser necessária para consultas sobre obtenção de R$ 45 milhões em financiamento

Felipe Faleiro

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A Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou, na segunda-feira, projeto de lei do Executivo que altera a lei de 2022 que autoriza a contratação de R$ 45 milhões em crédito junto ao Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) para obras do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) e Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi) no Loteamento Túnel Verde, bairro Ponta Grossa, zona Sul de Porto Alegre. 

A nova redação, segundo a Prefeitura, deve tornar mais célere a contratação do valor, ao retirar as referências a garantias do governo federal da lei vigente, acelerando prazos de realização dos trabalhos. “Neste momento, a União não dispõe de limites de endividamento para a contratação de operações de crédito com o setor público nesta modalidade”, afirmou o prefeito Sebastião Melo na justificativa do projeto. A Prefeitura justifica também que a etapa de verificar valores junto à Secretaria do Tesouro Nacional (STN) “pode resultar em atrasos na tramitação do projeto”.

As obras em si têm potencial para beneficiar dois mil moradores desta região e resolver problemas de alagamentos de décadas, segundo a Secretaria Municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos (SMPAE), que cuida da tramitação do pedido de crédito. Ao todo, R$ 43 milhões são recursos do financiamento em si e R$ 2 milhões entram como contrapartida da Prefeitura, valores mantidos mesmo com a aprovação da lei e as mudanças no trâmite do processo. 

O diretor-geral do Dmae, Maurício Loss, explica que o projeto era do antigo Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), depois incorporado ao Dmae, mas que não havia recursos para executá-lo. “Tomamos a iniciativa de melhorá-lo, pois estavam muito superficiais, e estamos finalizando”, afirmou Loss. Conforme ele, quatro áreas serão contempladas: a execução de um dique e uma nova casa de bombas, junto ao Arroio do Salso, macro e microdrenagem e, por último, pavimentação.

O projeto dos dois primeiros, no arroio, deve ser concluído já no final de novembro. Para isto, 38 famílias, que moram em áreas mais baixas, suscetíveis a inundações, deverão ser realocadas da área. Destas, 34 já aceitaram o benefício do bônus moradia da Prefeitura, anunciado em setembro por Melo. A ideia é também estender os projetos para o outro lado da avenida Estrada Principal da Ponta Grossa, no chamado Parque Agrícola Albion, outra área historicamente alagadiça e com demandas de regularização fundiária. 

“Estamos levantando a possibilidade de contemplar este local no mesmo contrato”, disse Loss. Após o primeiro projeto, os demais devem ser concluídos até março de 2024, afirma o diretor-geral do Dmae, e, a partir daí, é possível a licitação, que deve ser feita até a metade do ano que vem. “Depois disto e da ordem de início, o prazo é de três anos”, comenta ele. Ou seja, espera-se tudo concluído por volta do final do primeiro semestre de 2027. As intervenções atendem ao Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a Prefeitura e o Ministério Público, para a viabilidade da regularização fundiária dos lotes que ainda restam.


Correio do Povo
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