Arroio Grande, Pedras Altas e Candiota recebem recursos para amenizar perdas com estiagem

Arroio Grande, Pedras Altas e Candiota recebem recursos para amenizar perdas com estiagem

Ao menos nove cidades aguardam reconhecimento da situação da emergência

Angélica Silveira

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Além de Herval, algumas cidades da região que tiveram sua situação de emergência reconhecida pela União começaram a receber os recursos para amenizar as perdas relacionadas à estiagem. No Rio Grande do Sul,  dos 313 municípios que oficializaram os decretos de situação de emergência, 184 tiveram a situação reconhecida pela União. Na região Sul, o governo federal publicou no Diário Oficial da União a portaria que libera R$ 153,6 mil para o município de Arroio Grande. Pedras Altas também deve receber em breve R$ 199,6 mil e Candiota R$ 316,4 mil. Conforme a Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, os repasses devem ser usados na compra de cestas básicas e combustível para caminhões pipa e reservatórios de água.

Pinheiro Machado e Piratini, com R$ 228 mil, também já tiveram recursos destinados. Em Piratini houve aumento das chuvas nos últimos dias, amenizando a situação do solo, mas  conforme o coordenador da Defesa Civil municipal, Daniel Moura, aumentou o número de famílias solicitando água potável da prefeitura para consumo próprio e dos animais. “Vertentes e poços seguem secando”, lamentou. Pelotas também teve sua situação de emergência homologada pelo governo federal, ou seja, estão reconhecidas áreas afetadas no município declaradas no Formulário de Informação de Desastres.

O secretário interino de Desenvolvimento Rural, Romualdo Cunha Júnior, está articulando contatos, em caráter emergencial, com instituições técnicas, como o Escritório Municipal da Emater, Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga), Embrapa, Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Pelotas, Sindicato Rural de Pelotas e Associação Rural de Pelotas para atualização do levantamento de perdas na zona rural, que atualmente está em R$ 115 milhões. Por um outro lado, Capão do Leão, Chuvisca, Dom Feliciano, Encruzilhada do Sul, Jaguarão, Pedro Osório, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar e Santana da Boa Vista ainda aguardam o reconhecimento do governo do Estado.

Em Rio Grande, por exemplo, os prejuízos chegam a aproximadamente R$ 45 milhões. A prefeitura está desenvolvendo ações para minimizar os graves efeitos da estiagem no interior. Os criadores de bovinos são os mais prejudicados financeiramente com prejuízos estimados de  pelo menos R$ 24 milhões e uma quebra que ultrapassa 50%. Na agricultura, o milho perdeu 60% das lavouras. Há perdas significativas na produção de grãos e pastagem. Os reflexos  podem ser verificados tanto na redução da produtividade nas atividades, quanto na qualidade pro produtos que pela condição de baixa umidades não se desenvolveram adequadamente.

O volume médio de chuvas dos últimos 60 dias não atingiu 50 milímetros, o que associado aos constantes ventos, temperaturas altas e solo arenoso, potencializa as perdas e gera um alto déficit no volume disponível para o desenvolvimento das plantas, bem como a hidratação animal e até para o consumo humano. Os pescadores igualmente estão sendo diretamente afetados. Com a diminuição do volume de água, eles não conseguem ingressar com suas embarcações nos tradicionais “valos”, que levam ao interior das propriedades. Com isto, há necessidade da ação de limpeza desses locais. Em toda a região Sul do Estado nem as pancadas dos últimos dias conseguiram atenuar os prejuízos que, segundo a Emater, ultrapassaram R$ 1,7 bilhão.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895