As temperaturas extremas de Uruguaiana e suas consequências

As temperaturas extremas de Uruguaiana e suas consequências

O astro do verão uruguaianense é o açaí e muito sorvete de todos os sabores

Fred Marcovici

Filas para comprar açaí foi um dos recursos dos uruguaianenses que queriam escapar do calor

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Ligada direta ou indiretamente as altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar registradas em Uruguaiana nos últimos dias, 38ºC às 16h30min desta quinta-feira, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) Zilda Arns anotou um crescente aumento de atendimentos pelo serviço.

Em janeiro, a média ficou em 171 pacientes/dia, em fevereiro 183 e nas duas primeiras semanas de março o índice subiu para 221/dia, o que representa um avanço de 20,76% em relação ao mês anterior e 29,23% se comparado com janeiro passado.

Não há lógica que supere ou resista os 38ºC à sombra que os termômetros de Uruguaiana marcaram na tarde desta quinta. E cada um enfrentou as marcas como podia.

Grupos em busca de refúgio optaram por nadar nas águas profundas, poluídas, piso de pedras pontiagudas, além de forte correnteza do rio Uruguai. A praia da Santinha foi procurada para espantar o calorão registrado.

As pessoas não contavam com filtro solar, bronzeador ou qualquer outra proteção. O cenário reunia elas, a água morna, a insolação e os riscos.

Muitos se satisfizeram em ficar nas cadeiras de praia levadas às margens do rio, encostadas junto ao muro do Tamandaré Iate Clube (TIC) e a uma boa sombra.

"O calor, intenso e rigoroso, lembra chamas de fogo lambendo os corpos expostos ao sol”, compara Angelo Ajala, profissional liberal.

A festa mesmo está toda direcionada para as sorveterias espalhadas por Uruguaiana, e o novo astro do verão – o açaí. “Queria mesmo que o verão durasse para sempre” diz Ana Mara de Almeida, proprietária de um dos carrinhos de açaí, instalados no Calçadão da rua Bento Martins, centro da cidade.


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