Atendimento a famílias atingidas mobiliza ação da Defesa Civil em Cachoeirinha

A tendência de elevação do rio Gravataí seguiu causando transtornos em Cachoeirinha. Nesta quarta-feira, duas das três pistas do principal acesso à cidade foram tomados pela água, causando congestionamento. Além disso, a cheia atingiu também a alça de acesso pela Freeway, que segue bloqueada. O secretário de Mobilidade Urbana, Emerson dos Santos, afirmou que, caso o nível aumente, há possibilidade de interdição da via.

“Estamos fazendo um acompanhamento constante aqui na Assis Brasil. Já fizemos todo o balizamento e a sinalização. Nós temos também o acesso secundário, pela avenida Papa João XXIII. Estamos em constante contato com a EPTC e, se necessário, por medida de segurança, interditaremos a Assis Brasil. Tomara que não seja preciso”, contou o secretário.

Nesta terça-feira, uma das principais ações realizadas no município foi uma operação para conferir a situação clínica de moradores que residem justamente no acesso da cidade e estão ilhados pelo rio Gravataí. De acordo com o diretor da Defesa Civil Municipal, Vanderlei Marcos, a operação foi realizada em conjunto com o Corpo de Bombeiros de Cachoeirinha, que emprestou barcos e equipamentos de segurança, e com a Secretária Municipal de Saúde.

“Estamos com uma equipe técnica da Saúde para passar residência por residência para fazer uma avaliação clínica destes moradores, pois a maioria é de moradores idosos e nós temos esta preocupação com eles. Além disso, precisamos entender o risco para eles em caso de tendência de aumento no rio nas próximas horas e as medidas que precisaremos tomar. Vamos aconselhar eles a saírem e, se quiserem, levaremos até residências de familiares, amigos ou para o alojamento da prefeitura”, citou Vanderlei Marcos. 

Ainda conforme o diretor, a Defesa Civil está monitorando outros pontos de alagamentos em Cachoeirinha, como no bairro Parque da Matriz, onde o rio estava com uma altura de cerca de 70 centímetros. “Seguimos monitorando estas famílias. Já informamos as famílias que, caso tenham para onde ir, que deixem as residências. Até o momento, dez pessoas já deixaram suas casas, das 30 casas que foram atingidas. Também monitoramos outras 410 famílias que moram próximas aos arroios que deságuam no rio Gravataí”, completou.

A coordenadora do Departamento de Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde de Cachoeirinha, Carla Maciel, conta que uma das maiores preocupações da pasta está no contato das pessoas com uma água que pode estar contaminada. “Nossa preocupação é que estes moradores fiquem bem. Vamos fazer uma avaliação para ver se eles estão com algum tipo de sintoma, principalmente no caso de leptospirose. Nós vamos fazer este atendimento em todos os locais que forem necessários”, destacou Carla.

Uma das famílias que foram atendidas durante a operação foi a de Guilherme Furtado. Ele conta que os seus pais não querem sair de casa no momento, mas agradeceu pelo esforço da Defesa Civil em conferir a situação de saúde deles, que passaram por procedimentos recentemente. “A nossa casa é uma das mais altas, então não entrou água. O maior problema é que estamos ilhados. Usamos um barco a remo para sair e fazer as coisas do dia a dia”, contou.

Prefeitura mantém atendimentos em Alvorada

As equipes da prefeitura seguem monitorando e prestando suporte para as famílias atingidas pela cheia no arroio Feijó nos bairros Americana e Nova Americana em Alvarada. Nesta quarta-feira, foram 260 marmitas distribuídas e nove mudanças realizadas com o suporte de um caminhão, uma retroescavadeira e um barco do Corpo de Bombeiros. Nesta quinta, a prefeitura pretende aumentar a quantidade de marmitas doadas para 300 unidades. Também foram entregues 300 frascos de água potável e 400 paletes para a população.