Ato marca a desestatização da Carris, em Porto Alegre

Ato marca a desestatização da Carris, em Porto Alegre

Diretor da Empresa de Transporte Viamão afirmou que objetivo inicial é recuperar a confiabilidade da empresa e do sistema de transporte

Paula Maia

Ato de assinatura dos contratos de compra e venda da Carris Porto-Alegrense e da concessão das 30 linhas operadas pela companhia

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Na manhã desta terça-feira, em Porto Alegre, ocorreu a assinatura dos contratos de compra e venda da Carris Porto-Alegrense, marcando a transição para gestão privada. A concessão das 30 linhas operadas pela companhia será regulada pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), com um período de transição de 90 dias. Uma comissão da prefeitura de Porto Alegre auxiliará na operação dos serviços, em caso de necessidade, sem previsão de mudanças nos itinerários para os passageiros.

O novo diretor-presidente da Carris, Leonel David Bortoncello, destacou o compromisso de atender aos mais de 120 mil usuários diários. Ele ressaltou a aquisição de 62 veículos focados em eficiência e sustentabilidade, além da importância de avanços na capacitação dos colaboradores para garantir a sustentabilidade financeira da empresa. Bortoncello agradeceu aos envolvidos na transição, expressando o compromisso de fortalecer a Carris com investimentos, inovação capacitação e renovação de frota.

O objetivo inicial da empresa, segundo Bortoncello, é recuperar a confiabilidade da empresa e do sistema de transporte. Ele sublinhou que 56 veículos novos já devem estar nas ruas ainda no primeiro quadrimestre. E informou que, nesse primeiro momento, serão investidos R$ 60 milhões.

“Nossa meta é as operações da Carris com a melhoria na capacitação das pessoas, gerando novas oportunidades aos colaboradores. Com isso, vamos trabalhar para garantir a sustentabilidade e o equilíbrio financeiro da companhia. Seguiremos com o nome Carris e buscaremos, com muito trabalho, fortalecer ainda mais sua essência. O que muda é que esta companhia vai ficar mais forte, com mais investimentos, com inovação, com renovação de frota. Uma empresa melhor para os passageiros e para os colaboradores, homens e mulheres fundamentais dessa missão”, disse.

O prefeito Sebastião Melo destacou a diferença entre a privatização da Carris e o "monopólio de energia elétrica", enfatizando que a agência reguladora será a EPTC. Melo mencionou o aporte de capital na Carris, nos últimos 10 anos, de mais de meio milhão de reais.

"Cumprimos uma missão e compromisso firmado pela gestão. A desestatização da Carris é um processo fundamental para o futuro do transporte público da nossa cidade com a proposta de modernizar e qualificar o sistema. Não há cidade sem mobilidade urbana. É uma medida concreta para melhorar o atendimento aos usuários e não aumentar o custo no bolso dos cidadãos que dependem deste meio de transporte”, falou.

Atualmente, a Carris conta com 1.125 funcionários ativos. Conforme acordos, 895 servidores não poderão ser demitidos durante os primeiros 12 meses após a assinatura do contrato. No entanto, está em tramitação no TRT uma proposta da prefeitura para estender a estabilidade de 12 meses a todos os trabalhadores. O sindicato dos rodoviários e dos servidores da Carris não aceitaram a proposta na última audiência no TRT, ocorrida em ia 19 de janeiro.


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