“Ato por empatia ao outro”, diz manifestante sobre protestos contra falta de luz em Porto Alegre

“Ato por empatia ao outro”, diz manifestante sobre protestos contra falta de luz em Porto Alegre

Capital registrou mobilizações nas zonas Norte, Sul e Leste

Marcel Horowitz

Protesto no bairro Mário Quintana contou com moradores da Vila Tarso

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Manifestações foram registradas neste sábado nas zonas Sul, Norte e Leste de Porto Alegre. Os atos ocorreram em regiões que sofrem com a falta de energia desde o início da semana, por conta do temporal. Não houvera confronto com a Brigada Militar.

O protesto mais recente ocorreu na Avenida Otto Niemeyer, no bairro Tristeza, na zona Sul de Porto Alegre. De acordo com Thayrine Knoll dos Santos, de 34 anos, a mobilização também ocorreu em solidariedade às pessoas em situação vunerável, como no caso dos moradores da Vila Funil.

Thayrine é idealizadora do Tchê Gourmet, que tem a entrega de congelados como carro-chefe. Por conta da falta de energia, o estabelecimento tem se mantido à base de um gerador.

“Esse ato não foi só por mim, foi pela sociedade. Foi pela empatia ao outro. A gente tem perdas, mas conseguimos pagar um gerador. No entanto, há pessoas em nossa volta que não têm condições e tiveram que botar comida fora”, disse a empresária.

Na zona Norte, moradores do bairro Mário Quintana também protestaram. A reivindicação ocorreu ainda por causa do risco de quedas de postes, envergados pela força do vento na localidade.

“Estamos pedindo ajuda há dias, mas ninguém nos dá ouvidos. Tenho um filho de um ano e 10 meses. Por causa da escuridão, ele está com o corpo cheio de picadas de mosquito”, disse Amanda Machado, que mora na Vila Tarso.

Um terceiro protesto contou com moradores dos bairros Glória e Partenon, na zona Leste. O grupo se manifestou na avenida Coronel Aparício Borges.

“Queremos alguma providência. Estamos sem luz e com comida estragada na geladeira”, afirmou o morador Rafael Queiroz Valadao.

Todas as manifestações registraram bloqueio de vias, além de queima de galhos e outros objetos. Desde terça-feira, ocorreram cerca de 80 atos contra a falta de luz na Capital.

Em nota, a Brigada Militar destacou que reconhece como legítimo o protesto da população e recomendou que os motoristas não se aproximem dos pontos interditados, a fim de evitar discussão com os participantes.


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