Audiência pública discute crise do IPE e projeto apresentado pelo Governo do Estado

Audiência pública discute crise do IPE e projeto apresentado pelo Governo do Estado

Encontro foi realizado na sede da Associação Médica do Rio Grande do Sul

Paula Maia

Questões como a defasagem dos honorários, qualidade no atendimento, participação de entidades no conselho do IPE foram assuntos levantados

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A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (CSMA) realizou audiência pública, na sede da Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs), na Capital, para debater a crise do IPE Saúde e pontos do projeto de reformulação apresentado pelo governador Eduardo Leite. A proposição foi do deputado Thiago Duarte (União) e o encontro, realizado na noite de terça-feira, contou com a presença de representantes da Frente de Saúde Pró Rio Grande do Sul, entidades médicas e hospitais.

Questões como a defasagem dos honorários, qualidade no atendimento, participação de entidades no conselho do IPE foram assuntos levantados. A inflação dos insumos que aumenta do custo dos médicos, a porcentagem de investimento dos beneficiários e a importância de auditorias adequadas também foram temas relevantes durante a audiência.

O presidente da Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs), Gerson Junqueira Jr., ressaltou a importância da instalação das câmaras técnicas. “Lá são definidos tecnicamente o que é melhor para o paciente na qualidade de assistência. Também estamos pleiteando a participação no conselho de administração. Entidades médicas nem hospitalares estão presentes. Nossa atuação será de voto técnico”, explicou. Ele alerta também que se o IPE acabar será um problema de saúde pública. “Deve ser mantido, se fechar toda a massa de pacientes vai para o Sistema Único de Saúde”.

Para o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Marcos Rovinski, a iniciativa do Governo foi corajosa, mas não resolveu os anseios da classe médica. “Não houve resposta concreta e incisiva em relação aos honorários médicos . Temos que ter bem caracterizado isso para que se possa quantificar em honorários médicos". De acordo com Rovinski, o projeto que prevê o aumento da alíquota dos titulares do plano de saúde, a cobrança de percentual dos dependentes, bem como a majoração da coparticipação em exames e consultas afeta os usuários e não apresenta uma solução à demanda de valorização dos médicos credenciados.

A reivindicação histórica do reajuste nos honorários médicos foi lembrada pelo presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers), Carlos Sparta. “Infelizmente foi preciso chegar ao fundo do poço para que os médicos fossem ouvidos. Acreditamos que o reajuste não será suficiente, mas já é algo. Nós médicos vamos lutar até o fim para que tenha a coparticipação nos procedimentos ambulatoriais e hospitalares. O médico precisa estar autorizado a cobrar a diferença por conta da defasagem da tabela que não tem reajuste há doze anos”, considerou.

Tiago afirmou que desde o início do processo foi ajudar a evitar que o plano termine. “ A minha motivação é coletiva. A situação está insustentável para os médicos e usuários.Não estamos na zona de conforto, por isso a reação dos médicos foi tão dura de parar o atendimento. O IPE é um paciente que está na UTI e a dose precisa ser muito bem calculada”, finalizou o deputado Thiago Duarte.

 


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