Audiência Pública em São Lourenço do Sul discute a situação da ERS 265

Audiência Pública em São Lourenço do Sul discute a situação da ERS 265

O debate reuniu em torno de 150 pessoas no Salão da Associação de Moradores do bairro Boqueirão

Angélica Silveira

Autoridades falaram sobre as melhorias necessárias para a rodovia

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Na noite desta sexta-feira ocorreu uma audiência pública sobre a situação da ERS 265 que liga os municípios de São Lourenço do Sul e Canguçu. A discussão, que durou pouco mais de 2 horas e 30 minutos foi promovida pela Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo da Assembleia Legislativa e lotou o salão da Associação de Moradores do bairro Boqueirão, em São Lourenço do Sul.

A audiência, que contou com a presença de representantes da comunidade, de entidades e políticos, atendeu uma solicitação do Deputado Estadual, Zé Nunes, que é morador do local. Foram discutidos assuntos como limite de velocidade na rodovia, a sinalização, o sistema de fiscalização realizado pela Polícia Rodoviária Estadual. “Estamos recebendo muitas reclamações de motoristas que são multados e que por isto não querem mais vir a São Lourenço do Sul”, lamenta.

Para o parlamentar há quatro tipos de problema na rodovia. ‘É uma estrada rural que a maior parte tem limite de velocidade de 60 km/h, que é a mesma velocidade da Avenida Ipiranga, em Porto Alegre. O tempo de viagem na rodovia asfaltada é o mesmo quando era de terra”, comparou. Nunes apresentou uma pesquisa onde das 4593 multas aplicadas nas dez rodovias fiscalizadas pelo comando rodoviário localizado em São Lourenço do Sul, 3168 foram aplicadas na ERS 265.

Para ele, a rodovia também é muito mal sinalizada. “As pessoas andam e não sabem a velocidade. Em torno de 80 quilômetros acho que tem somente quatro placas. Além disso nos locais urbanos não há redutor de velocidade. São quatro as localidades que são cortadas pela ERS, as vilas do Boqueirão e Quevedos e as localidades de Herval e Posto Branco, em Canguçu”, enumera.

Por fim outra reclamação recebida pelo deputado é a forma de fiscalização da Polícia Rodoviária Estadual. “O batalhão que fica em São Lourenço fiscaliza 10 rodovias e 70% das multas estão na ERS 265. Eles usam radar, se escondem atrás de árvores. Por dados preliminares, proporcionalmente ao movimento e ao tamanho, há o indicativo que é a estrada estadual que mais multa no Rio Grande do Sul”, relata.

Ele destaca que a ideia da audiência foi atender a uma demanda da comunidade. “Não defendo excesso de velocidade, andar sem documento, mas há um desequilíbrio na estrada que precisamos acertar para o bem de todos”, confirma. Ele afirmou que após a audiência irá continuar trabalhando na Assembleia Legislativa, fazendo reuniões com o DAER, o Comando da Polícia Rodoviária Estadual e o Secretário de Segurança do RS, para avançar nessa pauta. “Queremos criar um ambiente de harmonia e confiança entre a população e o policiamento na região”, projetou.

Para a diretora da escola Padre Maximiliano Strauss, Valéria Huttner, localizada no Boqueirão, os principais problemas são a falta do redutor de velocidade, faixa de segurança, placas de sinalização e acostamento. “Às vezes as crianças se machucam e tem que caminhar dentro da sujeira ou na faixa, o que é mais perigoso para conseguir atendimento”, observa.

O deputado estadual, Pedro Pereira(PSDB) também participou da audiência. Para ele o asfalto no trecho de aproximadamente 80 quilômetros está excelente. “ Vamos brigando com o tempo pelas placas. Tem trechos que é 80 km/h num sentido e 60km/h no outro. Queremos 80 km/ em tudo , com excessão das localidades que pode manter os 50 km/h. Aqui no Boqueirão queremos sinalização, parada de ônibus e redutor de velocidade”, relata. O deputado destaca que o asfalto ficou alto. “Isto também tem que ver, pois entra água para as casas em dias de chuva”, confirma.

Definições do DAER

O superintendente regional do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagens (DAER), Jorge Antonio Oleques Júnior relatou que há um projeto para atender os pleitos com melhoria no segmento urbano na Vila do Boqueirão, sinalização, segurança viária, obras complementares ( passeio público e locais de parada de ônibus e melhoria na drenagem). “ A autarquia está encaminhando de empresa projetista para estudo de sinalização de rodovias e outra para execução e colocação de placas e redutores de velocidade”, confirma. Ele conta ainda que o DAER está providenciando placas de velocidade, nos pontos onde possa haver falta. “Vai ser providenciado por meio desse contrato. O prazo para execução até o fim do ano”, projeta. O DAER vai fazer a revisão doa limites de velocidade da rodovia. Um recalculo a partir do trabalho de uma empresa especializada.

Resposta da PRE

O Comandante do 3°Pelotão Mauro Trindade Martins e o Major da Brigada Militar, Silvio Erasmo Souza da Silva também estiveram na audiência. Silva enfatizou que a Brigada Militar é uma instituição fundada na preservação da ordem pública. “Quatro pessoas morreram na rodovia entre 22 e 23 e há seis meses não há mortes. A ideia é preservar a vida. Com relação a sinalização temos relatos e ofícios que placas são retiradas e a fiscalização é antipática”, admite. Ele disse que os pontos de fiscalização é o mais estratégico possível. “Sobre velocidade, cabe a questão técnica analisar”, pondera.

Trindade enfatiza que a missão é salvar vidas e o policial rodoviário se preocupa em diminuir a morte nas rodovias. A PRE levou uma solicitação para o batalhão de que seja reavaliado o método de fiscalização e atuação na ERS 265. “Escutamos atentamente as reivindicações e providências serão tomadas e vamos levar ao comandante rodoviário”, garantiu.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895