Autoridades estão em alerta com a elevação da Lagoa dos Patos em São Lourenço do Sul

Autoridades estão em alerta com a elevação da Lagoa dos Patos em São Lourenço do Sul

O abrigo municipal segue preparado, mas não utilizado

Angélica Silveira

Em Camaquã, donativos são levados de barco

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A elevação da Lagoa dos Patos faz com que autoridades fiquem em estado de atenção em São Lourenço do Sul. Em função da direção do vento quadrante sul, o arroio São Lourenço está represando e na manhã desta terça-feira (19) estava 1,5 metro acima de seu nível normal. 

chuva foi mais fraca nesta terça, mas seguiu constante no sul do Estado. O que fez com que os problemas permanecessem. Os 19 desabrigados, que deixaram suas casas entre sexta-feira e sábado, ainda não conseguiram retornar para as suas residências. O Rio Camaquã começou a recuar, até sábado estava em torno de 10 metros acima do leito, já nesta terça-feira marcou 8,15 metros.

Na Vila Pacheca e na Ilha Santo Antônio, locais mais afetados pela cheia, os moradores confirmaram que a água diminuiu e algumas casas não estão mais alagadas, mas ainda as autoridades não conseguem chegar até a régua de medição nas localidades. Em torno de 300 pessoas sofrem com os efeitos da água entrando em suas casas e do isolamento.

As autoridades seguem realizando missões continuas todos os dias para levar alimentos e água para estas localidades. Para isto utilizam barcos. Como os moradores tem dificuldades para preparar comida, estão sendo levados alimentos prontos, de mais fácil consumo. No salão paroquial da ilha, as refeições são preparadas para o grande número de pessoas.

No final desta segunda-feira ocorreu queda de granizo, em pouca quantidade, na serra do município. A prefeitura decretou situação de emergência, com o objetivo que os produtores rurais tenham prazos maiores para o pagamento de dívidas e acesso facilitado a financiamentos. Nesta terça-feira, a Emater está realizando o levantamento dos prejuízos na zona rural.

Os prejuízos maiores causados pelos alagamentos ocorreram nas localidades de Areal, Pororoca e Pacheca, além da ilha Santo Antônio. No início desta semana, em torno de 30 milímetros de chuva foram registradas em Camaquã. No Areal, 13 famílias estão isoladas sem água potável ou alimento. Autoridades foram até o local de trato, com o auxílio da Patram e da Brigada Militar para levar água e comida.  As equipes também levaram feno para os animais e mantimentos para aldeias indígenas isoladas na ilha e na Pacheca.

Em Tapes, também em função das chuvas da última semana, o prefeito de Tapes, Luiz Carlos Coutinho Garcez decretou emergência no município. O coordenador administrativo da Defesa Civil Municipal, Adan Bunilha conta que a chuva diminuiu, mas a cidade segue sofrendo com o efeito das águas que caíram no Vale do Taquari e que desaguam na Lagoa dos Patos. “Estamos monitorando as residências e bairros que ficam na costa, a vila dos Pescadores e balneário Pinvest, onde a Lagoa acabou chegando à rua Vitor Hugo Porto”, relata. Ele confirma que quando o vento é sul, a água da Lagoa é jogada para a Costa. “Na Vila dos Pescadores, as casas são de palafitas, que ficam bem na beira da lagoa”, observa.

No local, cinco famílias deixaram suas casas e foram para a casa de parentes. Nesta terça-feira, Bunilha conta que conversou com pescadores e a água da Laguna dos Patos se manteve, pois o vento diminuiu. “Seguimos em alerta. Fomos nos bairros para passar orientações e nos colocamos a disposição”, destaca. Ele confirma que atualmente a situação segue razoavelmente tranquila na cidade, mas as autoridades seguem monitorando os arroios de Cerro Grande e de Sentinela do Sul que desaguam na Lagoa dos Patos.

Todas as 50 pessoas que estavam no abrigo municipal e as 30 que foram para a casa de parentes na última semana, já voltaram para suas residências. Em Barra do Ribeiro o Rio Guaíba subiu além da caixa, mas os arroios Ribeiro e Capivara seguem sob controle. “Tivemos uma chuva forte nesta semana, mas não longa. Na rua Júlio de Castilhos, a água está saindo da praia. Não há desabrigados nem desalojados”, informa o coordenador municipal da Defesa Civil, Pedro Vianna.

No início da noite de terça-feira, Cristal foi atingida por uma chuva de granizo, no bairro Formosa, na zona urbana e no 4º distrito. Nesta terça-feira, a defesa civil estava ajudando no reparo dos telhados das 30 casas atingidas. Mesmo com o temporal, as pessoas decidiram não deixar suas residências.

Em Amaral Ferrador, a população de 6,5 mil habitantes segue convivendo com os problemas causados pelo último temporal.  Foi decretada situação de emergência e na tarde desta terça-feira, a defesa civil organizava os documentos que serão enviados ao governo do Estado.  Várias pontes no interior foram danificadas, o que fez com que as aulas nas escolas municipais fossem suspensas por tempo indeterminado.

Com isto, os estudantes estão tendo aulas remotas. O Secretário Municipal de Administração e Coordenador Municipal da Defesa Civil, Jadir da Silva Vargas, conta que choveu parelho em toda a cidade.  “No balneário do Salso, na rua Canto dos Amigos, a água ele atingiu as casas. Seis famílias ficaram desalojadas e foram para casa de parentes”, informa. Após quatro dias, a água voltou a ser fornecida pela Corsan na zona urbana, após o poço ficar submerso pela chuva. “O decreto é pra recuperação de estradas e pontes”, enfatiza. Segundo ele nesta terça-feira as localidades de Goiaba, Morro Agudo e Colônia Santo Antônio foram atingidos por uma pequena chuva de granizo, que não causou estragos.

Em Pelotas, o grande problema segue sendo o nível da Lagoa dos Patos, que na última noite subiu bastante. A Secretaria de Assistência Social fez a remoção de 13 famílias (48 pessoas) na Colônia Z3 para o salão da igreja. O local foi preparado com colchões e cobertores para abriga-los. A estrada que leva ao Pontal da Barra segue interditada. “Eles estão ilhados e a Secretaria de Assistência Social segue levando roupa e água potável. No trapiche na praia do Laranjal, pela manhã a água estava 1,7 m acima”, relata o coordenador municipal da Defesa Civil, Fernando Bizarro.

Na manhã desta terça-feira, em Rio Grande, a empresa que faz a linha para a Ilha da Torotama anunciou a suspensão das atividades até que a situação melhore. A Defesa Civil informa que 26 pessoas foram resgatadas e quatro delas estão no Salão Paroquial, localizado no Povo Novo. O restante foi para a casa de parentes. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) entre segunda e terça-feira choveu 44,2 milímetros em Rio Grande, o que causou prejuízos e alagamentos, principalmente na região das ilhas.  Durante a última noite, mais cinco pessoas precisaram ser retiradas de suas casas. Dessas, três são de uma mesma família e moram na Ilha dos Marinheiros. Nesta tarde, as equipes da Defesa Civil foram resgatar outras duas na Ilha da Torotama.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895