Bagé entra na lista dos municípios em situação de emergência por causa da estiagem no RS

Bagé entra na lista dos municípios em situação de emergência por causa da estiagem no RS

Decreto do prefeito Divaldo Lara tem duração de 180 dias a contar de sua publicação

Angélica Barcellos

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Por conta dos efeitos da estiagem prolongada e os danos ao patrimônio decorrentes da falta de chuvas nos últimos três meses, o prefeito de Bagé, Divaldo Lara, decretou situação de emergência no município. O decreto tem duração de 180 dias a contar de sua publicação. O documento destaca que houve uma redução significativa no nível de água acumulado nas barragens Piraí, Emergencial e Sanga Rasa, que abastecem o município, além de perdas consideráveis da produção agropecuária.

Conforme o Departamento de Água Arroios e Esgoto de Bagé (Daeb), nesta sexta-feira, a barragem da Sanga Rasa (principal ponto de abastecimento da cidade) estava 5,10 metros abaixo do nível normal, a do Piray, 3,30 metros e Emergencial 30 centímetros. Em janeiro choveu na cidade 58,2 milímetros, enquanto que a média é acima de 170 milímetros. O decreto também reforça a dificuldade enfrentada por mais de 116 mil moradores das áreas urbanas, que enfrentam racionamento de 12 horas diárias com revezamento de água potável entre dois setores.

Ainda segundo o decreto, conforme a instrução normativa, do Ministério da Integração Nacional, que, dentre outras providências, estabelece procedimentos e critérios para a decretação de situação de emergência, o problema vivido pelo município é considerado de média intensidade. Isto significa que há necessidade de apoio complementar federal ou estadual para o seu enfrentamento e que há dano ao patrimônio público e/ou privado decorrente dele. A partir da instauração da situação de emergência, o município confirma a mobilização de sua Defesa Civil e do desencadeamento de um plano de contingência para mitigar os impactos da estiagem. Também autoriza a realização de campanhas de arrecadação de recursos para assistir aos afetados.

A partir do decreto, estão restritas a lavagem de veículos automotores, passeios públicos, pátios e fachadas com água potável distribuída pelo município; postos de lavagem de veículos também não poderão utilizar água potável para este fim. Do mesmo modo, usos não prioritários, como irrigação de floreiras, gramados e jardins estão suspensos, assim como reposição total ou troca da água de piscinas e reservatórios. O não cumprimento implicará em advertência, multa e interrupção temporária do fornecimento de água ao infrator. 

Após a decretação, o Daeb realizou, nesta sexta-feira, a entrega do Decreto ao Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural. O documento foi distribuído aos participantes da Reunião Extraordinária sobre a estiagem, que identificaram possíveis providências para amenizar os efeitos da estiagem na Zona Rural. Durante a reunião, foram enumeradas as medidas já adotadas pelos órgãos competentes, além da projeção de ações preventivas e paliativas para amenizar as perdas causadas pela falta de chuvas. Foi determinada a necessidade de levantar dados para enviar à Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (COMDEC), para que o estabelecimento de situação de emergência seja reconhecido junto à Defesa Civil do Rio Grande do Sul e, por conseguinte, possibilite a captação de recursos para subsidiar as famílias da Zona Rural. Até esta sexta-feira, a prefeitura recebeu 152 pedidos para limpeza e construção de açudes na zona rural.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895