Bairros de Eldorado do Sul seguem com ruas alagadas após enchente

Bairros de Eldorado do Sul seguem com ruas alagadas após enchente

Enquanto água do rio Jacuí baixa, moradores trabalham na reconstrução e limpeza

Felipe Faleiro

Na rua Dique, bairro Cidade Verde, água ainda toma conta da via

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A Prefeitura de Eldorado do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre, montou quatro bases de monitoramento e recebimento de doações em locais alagáveis do município, nos bairros Vila da Paz, Chácara, Cidade Verde e Picada, este último na divisa com a Ilha da Pintada, na Capital. No Cidade Verde, a situação foi mais crítica após os temporais do começo da semana, e ruas desta área seguem alagadas nesta sexta-feira. Segundo o secretário municipal de Planejamento, Josimar Cardoso, cerca e 15 famílias foram retiradas da região e alojadas no ginásio municipal.

“Na terça-feira, reunimos toda a Prefeitura e fizemos um plano emergencial, onde avisamos todos os moradores para subir os móveis, e retiramos as famílias das áreas de risco. Quando a água subiu, a situação já estava contornada. Se alguém mais precisava ser retirado, fazíamos isto”, observou Cardoso. Ainda conforme ele, há uma preocupação do município com a mudança para o vento sul, que represa as águas do rio Jacuí e as joga para dentro da cidade.

“Segue o alerta para que moradores não baixem os móveis. Mas, por enquanto, o vento está favorável, e o rio já baixou consideravelmente”. De quinta para sexta, a redução foi de 15 centímetros. A cota de cheia do município é 3,35 metros, sendo que, em 2015, na segunda maior enchente da história de Eldorado do Sul, o nível alcançou 2,90 metros, afetando quase 50% da cidade. Agora, a marca atingida foi de 2,46 metros.

Habitantes da área somente conseguem circular de botas em áreas como a rua Dique, próxima a um banhado do Jacuí. “Já baixou, porém estamos de olho”, comentou a operadora de máquinas Renata Aguiar Valges, moradora de uma residência nos fundos. A água entrou em sua casa, fazendo com que ela, mais o marido e o filho, de 17 anos, fossem para a da mãe dela, que fica no terreno da frente, ao contrário do que ocorreu há oito anos, quando invadiu ambas as residências.

Na Picada, o caseiro Thomas Martins estava andando de pés descalços em uma das ruas do bairro. “É a primeira vez que vejo algo assim”, comentou ele, que havia saído do trabalho pouco antes. Além dos pontos de coleta e da realocação temporária de famílias, a Prefeitura de Eldorado do Sul também pôs na rua um carro de som, que alerta aos moradores a possibilidade de alagamentos das áreas de risco ao menos até este sábado.


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