Baixo Uruguai segue com crescimento no nível das águas

Baixo Uruguai segue com crescimento no nível das águas

Quase cinco mil pessoas seguem desabrigadas ou desalojadas na região

Fred Marcovici

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A terça-feira ensolarada ameniza um pouco a situação dos ribeirinhos do baixo Uruguai, que acompanham o crescimento do rio e dos prejuízos provocados pelas cheias dos últimos três meses. Nas cidades do Noroeste do RS, como Itapiranga, Alto Uruguai, Porto Mauá e Garruchos, com 14,78 m (cota de alerta), recuam. Porém, os reflexos da redução demoram alguns dias para alterar o ritmo de crescimento em São Borja, Itaqui e Uruguaiana.

Com isso, 4.981 pessoas seguem desabrigadas ou desalojadas na região, uma redução de 3,1 mil nas últimas 48 horas. Na manhã de hoje, em São Borja, o rio mede 13,31 m (inundação 9 m), apontando para um crescimento que deve atingir os 14 m, segundo o capitão Sandro Martins, coordenador regional da Defesa Civil. Estão mantidas as mesmas 1.364 pessoas, de 341 famílias fora de casa. Os 180 desabrigados, de 50 famílias, estão sendo assistidos, desde 1º de novembro, em 10 locais montados pelas autoridades e há ainda aqueles que optaram por barracas devido ao medo dos piratas de cheia.

O município mantém o fornecimento de refeições a todos os abrigos instalados. As Escolas Municipais Fernando Ferrari e República Argentina retomaram as aulas interrompidas por duas semanas.

Já em Itaqui o rio marca 11,30 m (três metros além da cota de inundação de 8,30 m) e crescendo. As 1.126 pessoas atingidas, dividem-se em 96 casas volantes que foram duas vezes remanejadas e 299 moradias fixas alagadas ou em situação de risco. São 104 pessoas assistidas no Ginásio Castelão e nas Escolas Otávio Silveira e Vicente Solés.

A balsa entre Itaqui e Alvear na Argentina permanece fora de serviço há 28 dias, gerando prejuízos ao transporte internacional de cargas. O prédio da Receita Federal e entorno estão alagados.

Em Uruguaiana, o rio mede 10,67 m, (cota de inundação 8,50 m), subindo. Há 2.454 ribeirinhos dos bairros Santo Antônio, Mascarenhas de Moraes, Nova Esperança, Bela Vista, Cabo Luiz Quevedo e uma série de áreas periféricas com problemas devido à enchente. São 334 pessoas desabrigadas e assistidas nos Centros Esportivos Zona Leste e Nova Esperança, Ginásio do Instituto Elisa Valls e antigo Juventude, além de 2.120 desalojadas (em parentes, amigos, vizinhos e barracas).

As medições do baixo Uruguai devem voltar a se aproximar aos níveis do período de 23 e 30 de outubro. As ruas Vasco Alves e General Vitorino, no entorno da orla, têm trechos interditados. O Tamandaré Iate Clube está debaixo d’água. Em

Barra do Quaraí, o rio Quaraí mede 8,72 m e subindo, sendo que a cota de cheia é de 8,50 m. As 16 famílias desalojadas e duas desabrigadas assistidas no prédio da Cozinha Comunitária adaptado pelo município para receber os ribeirinhos permanecem fora de casa. Os números seguem sendo de 57 pessoas.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895