Bicentenário da imigração alemã é celebrado em reunião-almoço da AHKRS em Porto Alegre

Bicentenário da imigração alemã é celebrado em reunião-almoço da AHKRS em Porto Alegre

Evento teve a participação da cônsul alemã na Capital e executivos de companhias ligadas à tradição germânica

Felipe Faleiro

Palestra de Martin Dreher, historiador e um dos maiores especialistas sobre imigração alemã do Brasil, foi destaque do encontro

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A primeira reunião-almoço de 2024 da Câmara Brasil-Alemanha no RS (AHKRS) tratou do bicentenário da imigração germânica para o estado, cujas comemorações ocorrem neste ano. O evento, ocorrido nesta terça-feira no Hotel Hilton, bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, contou com a palestra do historiador Martin Dreher, um dos maiores especialistas no assunto, além da presença da cônsul alemã para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Marie Altmann, executivos de empresas ligadas à tradição alemã, como Gedore, Fruki e Stihl, e demais convidados.

Cleomar Prunzel, recém reeleito presidente da Câmara Brasil-Alemanha no RS (AHKRS), ressaltou a importância do fortalecimento das relações industriais e comerciais entre as duas nações, especialmente em meio aos 200 anos do início da imigração, e agradeceu à oportunidade de estar à frente da AHKRS neste momento. “Damos a maior importância no dia de hoje à celebração desta imigração, iniciada de maneira oficial em 1824. Não tem preço este agradecimento que quero fazer à diretoria pela continuidade deste trabalho, e vejo como fundamental estas relações com a Alemanha”, pontuou ele.

Já Dreher, ao palestrar a respeito da imigração, contou inclusive histórias relacionadas ao contexto dos primeiros viajantes, explicando que a situação na Europa era difícil, o que fez com que houvesse a oportunidade da viagem de famílias ao Brasil, a fim de iniciar uma nova vida. Conforme ele, as primeiras referências aos germânicos ocorreram há muito mais tempo do que o século XIX, embora, ao longo do tempo, tenha havido diversos desembarques.

“A presença de falantes da língua alemã e de seus dialetos acompanha todo o Brasil já desde o século XVI. E a colônia alemã de São Leopoldo, estabelecida em 25 de julho de 1824, começa desde já a fornecer pessoas para as tropas, para conflitos como a Guerra do Paraguai, a Revolução Farroupilha, entre outros”, comentou ele.

Em sua apresentação, Dreher, doutor em Teologia pela Universidade Ludwig Maximilian, de Munique, na Alemanha, trouxe informações como a acumulação de capital que permitiu a comercialização de produtos originários das picadas, denominações dadas às estradas que contemplavam diversos lotes de terra fornecidos aos imigrantes. Também a expressiva presença de recursos originários dos comércios locais no contexto do início da colonização.


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