Bloqueios instalados nos acessos ao desvio do pedágio da ERS 240 são alvo de protestos

Bloqueios instalados nos acessos ao desvio do pedágio da ERS 240 são alvo de protestos

Moradores de precisam pagar R$ 11,90 para circular de um bairro ao outro

Fernanda Bassôa

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A instalação de placas, cones e malas de concreto, usados como forma de bloquear o trânsito em pelo menos quatro ruas, estão provocando polêmica não só entre os motoristas que precisam pagar R$ 11,90 para circular de um bairro ao outro, mas também junto ao poder público. As ruas bloqueadas costumam ser usadas por moradores de Portão como forma de desvio da praça de pedágio da ERS-240.

A concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG), responsável pelo trecho e pelo gerenciamento da rodovia, informou que a 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça autorizou a Concessionária a recolocar a sinalização disciplinar de trânsito na ERS- 240, uma vez que se trata de medida atinente à segurança de todos os usuários.

A CSG ressalta que a via alternativa ao pedágio não foi impedida. A sinalização implantada apenas tem a finalidade de organizar o tráfego na região para que os usuários que tiverem que utilizar a rota alternativa à ERS-240 possam ter mais segurança. Além disso, o Contrato de Concessão licitado pelo Governo do RS não prevê isenção para nenhum usuário que trafega pela rodovia, com exceção a veículos oficiais. 

Moradora do bairro Rincão do Cascalho, a dona de casa Marlene dos Santos Garcia, 53 anos, considera a medida um absurdo. A partir de agora, segundo ela, para ir ao mercado ou para levar o neto à escola, terá de desembolsar R$11,90 toda vez em que passar pela praça pedágio. "É uma medida abusiva, de cunho arrecadatório. A Prefeitura precisa fazer algo a nosso favor.”  

A procuradora do Município, Tatiana Sampaio, garante que a prefeitura vai recorrer da decisão. “Estamos trabalhando nisso. A comunidade está sendo muito afetada. Temos apenas um trecho liberado para que a comunidade possa transitar de um bairro para o outro. Isso vai aumentar muito a chance de acidentes. O bloqueio nos deslocamentos causou uma comoção social.”

De acordo com Tatiana, o recurso que deve ser encaminhado à Justiça já no início desta semana e deverá conter respaldo técnico, apontando a questão da trafegabilidade com segurança dos moradores. O documento está sendo elaborado juntamente com os técnicos do Departamento de Trânsito do Município. “É uma decisão abrupta, que abalou toda a comunidade de Portão. Nossa expectativa é reverter isso, mitigar pela quilometragem”, disse a procuradora  


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