Buracos, alagamentos e obras inacabadas frustram rotina de moradores da Ponta Grossa

Buracos, alagamentos e obras inacabadas frustram rotina de moradores da Ponta Grossa

Secretaria Municipal de Serviços Urbanos afirma que bairro foi o que mais recebeu investimentos da pasta em Porto Alegre no 1º trimestre do ano

Felipe Faleiro

Prefeitura de Porto Alegre destaca que o bairro Ponta Grossa é o bairro que mais recebeu investimentos no primeiro trimestre de 2023

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O bairro Ponta Grossa, no extremo Sul de Porto Alegre, tem praticamente tudo o que caracteriza uma zona rural, como uma população pacata, arvoredos e cultivos diversos. Em que pese a beleza natural, o local acumula problemas. Assim, aumenta também a frustração dos moradores pela falta de serviços públicos, especialmente relacionados à pavimentação e drenagem, que por vezes começam, mas nem sempre terminam, ou também não iniciaram. “Nos sentimos esquecidos”, desabafa o marceneiro Denison Mello.

“Por que os moradores não podem, eles próprios, realizar o serviço? Queremos ser parceiros da Prefeitura”, questiona o motorista Luciano Rosa. Na semana passada, data do temporal mais recente, famílias do entorno da rua João Macedo de Freitas tiveram as casas alagadas. Na Dorvalina Rodrigues de Freitas, que liga à primeira, a Administração pavimentou grande parte da via, exceto por 30 metros no começo dela, na saída para a avenida Principal da Ponta Grossa, e a área asfaltada já está repleta de buracos. A obra está parada há três meses, segundo relatos.

“O perigo é iminente para pedestres, veículos e motociclistas”, afirma a monitora Marta Conceição. Um giro pelo bairro mostra falhas em ruas, valos e na própria infraestrutura local. Não há asfalto na rua Ondina Figueiras, apesar de os moradores relatarem que há emendas impositivas na Câmara Municipal de cerca de R$ 400 mil prevendo melhorias gerais para o bairro. “Ficamos preocupados que vamos perdê-las e a obra não terá iniciado”, comenta Marta.

A falta de pavimentação e drenagem são as principais reclamações dos moradores da Ponta Grossa - Foto: Maria Eduarda Fortes

Em outubro de 2022, o bairro recebeu uma edição local do Fórum Regional de Serviços, mas, ainda conforme os moradores, diversas das promessas do prefeito Sebastião Melo na ocasião não foram cumpridas na totalidade, como iniciar o asfalto da própria Ondina, além da Mercedes Azzolini, que iniciaria na sequência desta. Ao todo, foram três encontros no final do ano. A água não está escoando totalmente até o serviço de macrodrenagem que cruza por baixo destas ruas até a avenida Principal, e de lá, segue para o Guaíba.

O resultado é o acúmulo da mesma, e consequentes alagamentos na área do Instituto Educacional Infantil São Francisco, onde também falta um muro maior de contenção e um acostamento mais largo na via, que é de grande trânsito. A lista prossegue com patrolamentos, principalmente na rua Comissário Paulo Pires, onde os moradores puseram brita, e na Emílio Dimari, na qual é necessária limpeza de valos com hidrojateamento, e uma melhor proteção para os mesmos.

Em diversas destas ruas, as tampas de bueiros estão mais baixas do que o pavimento, comprometendo a circulação de pedestres e veículos. Na Stefan Hermann, onde fica a Escola de Educação Infantil Recanto dos Pequeninos, conveniada com a Prefeitura, não há placas indicando a prioridade de embarque e desembarque para o transporte escolar. Há protocolo aberto junto à Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) solicitando o material.

O secretário Municipal de Serviços Urbanos (SMMU), Marcos Felipi Garcia, ressaltou que a Ponta Grossa é, “disparado”, nas palavras dele, o bairro que mais recebeu investimentos da secretaria no primeiro trimestre deste ano, com algo em torno de R$ 700 mil até o momento, fora o patrolamento. A tendência, segundo ele, se manterá até o final do semestre. “Temos contato direto com os moradores do bairro e desde o ano passado fizemos um grupo de trabalho. Isto tudo nunca havia sido feito e estamos começando a fazer”, comentou ele.

Conforme o secretário, a chuva acumulada que prejudicou o escoamento da água também ocasionou atraso de serviços. “No caso do patrolamento, precisamos esperar secar antes que possamos entrar. Ela tem muita dificuldade em sair dali, porque houve a construção de muitas casas, afetando a drenagem”. Ainda segundo ele, a Dorvalina, também conhecida como rua A, está com execução programada, e, no caso dela, a secretaria precisa de uma escavadeira obtida sob demanda com uma terceirizada, e a Ondina deverá receber a visita de equipes da SMSUrb nos próximos dias para retomar a preparação para o futuro asfalto.

“Nestas duas, nos comprometemos até a metade do ano com o asfaltamento. O projeto está bem avançado”, afirmou o titular da SMSUrb. “Priorizamos patrolar as ruas que estão intransitáveis. Assim que colocarmos em dia estas ruas com patrolamento, nossa equipe vai se mobilizar nessas pequenas obras de infraestrutura, conforme nos comprometemos com a comunidade”. Garcia pontuou que as demais obras na Ponta Grossa também estão no planejamento da secretaria, assim como a colocação das placas indicativas citadas, em conjunto com a EPTC.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895