Busto desaparece de praça em Santa Cruz do Sul

Busto desaparece de praça em Santa Cruz do Sul

Não há pistas sobre o paradeiro da obra

Otto Tesche

Local onde ficava o busto do professor Luiz Pinheiro Guimarães Dourado

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O desaparecimento do busto do professor Luiz Dourado chamou a atenção nos últimos dias de pessoas que frequentam a Praça da Bandeira, em Santa Cruz do Sul. O local está vazio há alguns meses, mas apenas nas últimas semanas foi constatado o sumiço. A Guarda Municipal registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA).

A diretora do Museu do Colégio Mauá, Maria Luiza Rauber Schuster, foi uma das pessoas que observou o sumiço. “Isso é lamentável. Há pessoas que não tem o mínimo respeito por nossa história.” Ela diz que, há algum tempo, também desapareceu os óculos do busto do professor André Klarmann. Há algum tempo, na Praça da Matriz, havia sido roubada a Carta Testamento de Getúlio Vargas que, depois, foi recuperada.

Luiz Pinheiro Guimarães Dourado nasceu em Porto Alegre em 10 de abril de 1880 e foi casado com Dagmar Volkmer. Em 16 de junho de 1911, mudou-se para Santa Cruz do Sul para assumir a direção do Colégio Elementar Júlio de Castilhos, na esquina da rua Tenente Coronel Brito com Borges de Medeiros. Ficou como diretor até 21 de junho de 1934, quando foi substituído por sua esposa.

O professor era muito estimado na comunidade. Em 1930, nasceu seu filho Hélio Dourado, que foi médico, jogador e presidente do Grêmio. Em 5 de agosto de 1935, Luiz faleceu e a viúva retornou à capital. Em 21 de maio de 1955, o Rotary Santa Cruz do Sul inaugurou a herma com o busto de Luiz Dourado na Praça da Bandeira, no ângulo fronteiro ao antigo Colégio Elementar. O ato contou com a presença de Dagmar e Hélio.

O secretário municipal de Cultura, Edemilson Cunha Severo, lamenta que uma cidade que ostenta a terceira posição no ranking do turismo, no Estado, seja cenário de acontecimentos como esse. “Trabalhamos todos os dias para fomentar a cultura, o entretenimento, o turismo e o lazer. Nos sentimentos envergonhados que alguém tenha a capacidade de subtrair algo que pertence à comunidade e aos visitantes”. Até agora, não há pistas sobre o paradeiro da obra. O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil.


Correio do Povo
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