Câmara analisa denúncia contra assessor parlamentar de Cachoeirinha

Câmara analisa denúncia contra assessor parlamentar de Cachoeirinha

Jeferson Rogério Lazarotto estaria advogando contra o município e contra o Legislativo

Fernanda Bassôa

Ainda não há definição do que será feito com a denúncia

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A Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Cachoeirinha avalia denúncia protocolada pelo advogado André Lima contra o assessor parlamentar Jeferson Rogério Lazarotto. Conforme o denunciante, o assessor estaria advogando contra o município e contra o Legislativo. A denúncia feita por Lima, que atua na defesa do prefeito afastado Miki Breier, também aponta que Jeferson – assessor direto do vereador David Almansa, presidente da Comissão Processante que investiga Miki – estaria advogando em horário de expediente.

O documento entregue aos parlamentares menciona que o assessor é impedido de advogar contra o ente que o remunera e assim também de advogar contra o município, que é seu empregador. “Chegamos ao cúmulo de estar pagando um assessor legislativo para dar expediente em prol da Câmara no município e, por incrível que pareça, durante tal horário, trabalha com advogado para si e, inclusive, trabalha contra o próprio município que lhe paga, ou seja, é uma vergonha.” Lima pontua que o comportamento vai contra os princípios da legalidade, impessoalidade e moralidade.

David Almansa disse que a denúncia é claramente uma retaliação do trabalho de investigação que está sendo feito pela Comissão Processante com base em provas coletadas pelo MP e a Justiça. “O Jeferson é meu assessor e não é impedido de advogar fora daqui. Não temos cartão ponto, nosso expediente interno é das 8 às 14 horas e ele trabalha muito mais do que isso.” Sobre a ação em que o assessor atuou, Almansa diz que a prefeitura não teve prejuízo e foi citada como contratante da empresa terceirizada.

Lazarotto afirma que parte dos processos anexados na denúncia são antigos. “A ação que envolve a Câmara e o processo que cita o município, nenhum deles tem interesse econômico. Foi por empatia, vontade de ajudar. O horário do assessor vai muito além do expediente da Câmara. No ano passado, fizemos revezamento para evitar aglomerações devido à pandemia. Esta denúncia tem a intenção de tirar o foco dos milhões que o prefeito afastado tem que devolver aos cofres públicos.” A assessoria da Câmara informou que ainda não há definição do que será feito com a denúncia.


Correio do Povo
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