Calorão aumenta em 20% vendas de água mineral em Porto Alegre, dizem distribuidoras

Calorão aumenta em 20% vendas de água mineral em Porto Alegre, dizem distribuidoras

Já Associação Gaúcha de Supermercados afirma que comercialização do produto está dentro do previsto

Felipe Faleiro

Seja em garrafas ou galões, água mineral é bastante visada neste período de altas temperaturas

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Em tempos de estiagem severa, a água mineral é um item relativamente bastante visado nos pontos de venda no Rio Grande do Sul, e de forma geral em Porto Alegre. À medida que as temperaturas aumentam e permanecem em patamares altos, consumidores têm recorrido a esta alternativa para fugir do calor intenso e garantir certo refresco. Contudo, os comércios verificam situações distintas, e nem todos ainda veem um aumento considerável na procura por galões e garrafas.

Coordenador de entregas de uma distribuidora na rua Fernando Machado, no Centro Histórico da Capital, Reni Greff afirma que o negócio contratou dois novos funcionários para atender a demanda. “Neste período de verão, é costume haver um aumento em nossos serviços. Achamos que é porque a qualidade da água do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) diminui”, afirma ele. O empreendimento funciona em horário comercial e a procura aumentou em 20% em relação ao ano passado, estima Greff.

Já o sócio de uma distribuidora no bairro Cidade Baixa, Cláudio Dal Ri, tem opinião um pouco distinta. Para ele, não houve crescimento significativo na procura. “Inclusive estávamos ociosos. Mas tivemos, sim, certo aumento do número de pessoas buscando a água mineral. Estamos agora aproveitando a mão de obra disponível, e não fizemos contratações”, pontua ele, acrescentando que isto se deve ao fato de que muitas pessoas seguem fora de Porto Alegre.

Dal Ri diz ainda acreditar que a tendência deve se manter até o final do verão. Não houve, também, aumento significativo nos preços. O presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, afirma que as vendas de água mineral estão diretamente relacionadas à temperatura. “[As vendas atuais] estão dentro do previsto. Em relação ao inverno, a comercialização deste produto chega a dobrar nos meses de janeiro e fevereiro”, comenta ele.

Em dezembro de 2022, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, o subgrupo que inclui refrigerantes e água mineral, dentro do grupo das bebidas, registrou aumento de 1,82% na Grande Porto Alegre, na comparação com o mês anterior, acima da média nacional, de 1,18%, e o terceiro maior entre as 16 regiões pesquisadas. Já no grupo de alimentação fora do domicílio, a água mineral e refrigerantes tiveram retração de 0,67% na Capital gaúcha, contrário ao índice nacional, que teve crescimento de 0,63% em dezembro.


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