Calor aumenta o risco de contaminação alimentar

Durante a temporada de verão, é comum observar um aumento nos casos de infecções gastrointestinais. O calor intenso favorece a rápida proliferação de microrganismos nos alimentos, aumentando o risco de contaminação alimentar.

O médico Benjamin Roitman, da equipe de vigilância em doenças transmissíveis da prefeitura de Porto Alegre, alerta que certas bactérias têm um potencial maior de multiplicação do que outras quando os alimentos são expostos ao calor. E ressalta a importância fundamental de manter os alimentos refrigerados.

"Assim que os alimentos são retirados da geladeira, as bactérias iniciam seu processo de reprodução. Por isso, é crucial minimizar o tempo em que os alimentos ficam sem refrigeração. Além disso, é recomendável evitar o consumo de ovos crus e maionese, pois representam fontes comuns de intoxicação alimentar", explica Roitman.

Apesar de ainda não terem sido registrados surtos de infecção intestinal este ano em Porto Alegre, em 2023 foram reportados 20 casos. Os surtos são configurados quando, no mínimo, duas pessoas apresentam os mesmos sintomas.

A Secretaria Municipal de Saúde informa que algumas unidades de saúde atenderam casos de infecção intestinal após o período de Natal e continuam a registrar ocorrências esporádicas.

Roitman enfatiza que as vigilâncias sanitárias municipais são responsáveis por investigar a origem das infecções alimentares. As pessoas que suspeitarem terem consumido alimentos contaminados podem fazer uma denúncia à vigilância sanitária de sua cidade.

O processo de denúncia envolve verificação, orientação, controle e, se necessário, aplicação de autuações. Em Porto Alegre, as denúncias podem ser feitas através do número 156.

De acordo com o Ministério da Saúde, as doenças diarreicas agudas (DDA) correspondem a um grupo de doenças infecciosas gastrointestinais. Estas condições se manifestam com um mínimo de três episódios de diarreia aguda em 24 horas, caracterizada pela redução da consistência das fezes e aumento do número de evacuações, podendo incluir sintomas como náusea, vômito, febre e dor abdominal.

Geralmente, possuem caráter autolimitado, com duração de até 14 dias, podendo apresentar casos de disenteria, com presença de muco e sangue nas fezes. Dependendo do agente causador e das condições individuais do paciente, as DDA podem evoluir para quadros de desidratação, variando de leve a grave clinicamente. Deve-se procurar orientação médica para o tratamento.

As DDA são originadas por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus, parasitas (como protozoários) que geram inflamação no trato gastrointestinal, afetando estômago e intestino. A infecção é causada por consumo de água e alimentos contaminados, além do contato com objetos, pessoas ou animais contaminados.

Para a prevenção dessas infecções são importantes medidas higiênicas e cautela no consumo de água e alimentos para evitar a propagação dessas enfermidades gastrointestinais.

Algumas dicas de cuidados para prevenir as doenças infecciosas gastrointestinais

• Lave sempre as mãos com sabão e água limpa principalmente antes de preparar ou ingerir alimentos, após ir ao banheiro, após utilizar transporte público ou tocar superfícies que possam estar sujas, após tocar em animais, sempre que voltar da rua, antes e depois de amamentar e trocar fraldas;
• Lave e desinfete as superfícies, os utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos;
• Proteja os alimentos e as áreas da cozinha contra insetos, animais de estimação e outros animais (guarde os alimentos em recipientes fechados);
• Não utilize água de riachos, rios, cacimbas ou poços contaminados para banhar ou beber;
• Evite o consumo de alimentos crus ou malcozidos (principalmente carnes, pescados e mariscos) e alimentos cujas condições higiênicas, de preparo e acondicionamento, sejam precárias;
• Ensaque e mantenha a tampa do lixo sempre fechada