Calor e falta de chuvas voltam a derrubar níveis dos rios da Região Metropolitana de Porto Alegre

Calor e falta de chuvas voltam a derrubar níveis dos rios da Região Metropolitana de Porto Alegre

Chegou a 221 o número de municípios do Rio Grande do Sul com protocolos de situação de emergência

Felipe Faleiro

Bancos de areia também começam a ser vistos em áreas da Vila Assunção, na zona Sul da Capital

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Continua o drama do nível baixo dos rios da região metropolitana de Porto alegre, causando apreensão em agricultores locais e na população em geral. A falta de chuvas, combinada à baixa vazão, faz com que os níveis dos cursos d'água atinjam marcas cada vez menores, requerendo soluções diferenciadas por parte das autoridades para driblar o problema.

O rio Gravataí, no popular Balneário Passo das Canoas, no município de Gravataí, registrou hoje pela manhã a marca de 1,44 metro na régua mantida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema). A Prefeitura de Gravataí afirma que começam a apresentar os primeiros resultados as ações da Corsan para reduzir as chances de desabastecimento para 150 mil moradores no município, mais outros milhares em Alvorada. 

Entre as ações, está sendo realizada a dragagem de um trecho de sete quilômetros do Canal do DNOS, entre a Barragem do Incra e o Banhado dos Pachecos, permitindo maior vazão de água. Em Alvorada, a medição na Estação de Tratamento de Água (ETA) da Corsan exibia, na manhã da terça-feira, a marca de 1,58 metro, em tendência estável. Já o Sinos, no Centro de São Leopoldo, apresentava 66 centímetros, conforme a régua da Agência Nacional de Águas (ANA). 

Em Novo Hamburgo, a Companhia Municipal de Saneamento (Comusa) aferiu 2,62 metros. No Guaíba, por fim, cuja régua de medição fica localizada no Cais Mauá, no Centro Histórico de Porto Alegre, a marca alcançou 43 centímetros, novamente em tendência de baixa. O mais recente Informativo Especial de Estiagem, divulgado nesta semana pela Sala de Situação do RS, vinculado à Sema, mostrou que o Guaíba permanece em situação de atenção, enquanto Sinos, Caí e Baixo Jacuí, todos afluentes do curso d'água porto-alegrense, estavam em nível de alerta. 

Já o Gravataí, por mais uma semana, registrou margem segura. O informativo também aponta que a estiagem deve permanecer crítica nos próximos dias no Estado, em razão da combinação de altas temperaturas e baixas precipitações.

Hoje, chegou a 221 o número de municípios do Rio Grande do Sul com protocolos de situação de emergência abertos junto ao Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD), do Sistema Nacional e Proteção e Defesa Civil, ou seja, mais de 44% das 497 cidades gaúchas. A Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs) estima que os prejuízos econômicos com a atual seca no Estado, fenômeno que ocorre pelo quarto ano seguido, alcancem R$ 5,6 bilhões, em setores como agricultura e pecuária.


Correio do Povo
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