Caminhoneiros retornam ao RS após mais de duas semanas retidos por nevasca nos Andes

Caminhoneiros retornam ao RS após mais de duas semanas retidos por nevasca nos Andes

Neve interditou a passagem internacional Cristo Redentor, entre Chile e Argentina, por 18 dias

Marcel Horowitz

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Caminhoneiros gaúchos iniciaram o trajeto de retorno para casa, nesta quarta-feira, após a liberação da passagem internacional Cristo Redentor. A rodovia entre Chile e Argentina, utilizada para transporte de cargas entre os dois países, ficou mais de duas semanas interditada por conta da queda de neve, que chegou a cinco metros de acumulação e manteve milhares de motoristas retidos.

O desbloqueio do trânsito, no entanto, gerou intenso congestionamento no local. A nevasca, segundo o Ministério do Interior da Argentina, chegou a reter aproximadamente três mil caminhoneiros, que, desde o início da manhã, voltam gradativamente para a estrada. 

"Estão liberando a passagem por setores. São muitos caminhões, tem muitas filas. Se Deus quiser, domingo estou em casa", declarou Fábio Costa, natural de Uruguaiana, que estava retido desde o dia 13 de agosto na província chilena de Los Andes, localizada na região de Valparaíso.

Outros conterrâneos do motorista, no entanto, preferem esperar pela redução do trafego antes de partirem de volta ao Rio Grande do Sul. É o caso de Gunar Bertotti, que está em Santiago, desde o dia 12 de agosto, quando entregou uma carga de veículos. 

Mesmo com saudade da família, o caminhoneiro prefere aguardar na capital do Chile até que o número de veículos na rodovia diminua. "Está muito perigoso pegar a estrada. A gente fica longe da família mas, se Deus quiser, no final de semana já vou estar em casa", ponderou. 

Segundo a Metsul Meteorologia, a nevasca foi originada após dois rios atmosféricos e uma frente fria atingirem o Chile nos últimos dias. Com acumulados de precipitação extremos e inundações, ainda conforme a empresa, a umidade se converteu em neve. O mau tempo já causou, desde a metade de agosto, ao menos três mortes e deixou mais de 34 mil pessoas isoladas.


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