Campanha busca coibir violência doméstica em Novo Hamburgo

Campanha busca coibir violência doméstica em Novo Hamburgo

Ação foi lançada pela Procuradoria Especial da Mulher da Câmara de Vereadores

Stephany Sander

Campanha foi elaborada por servidores e estagiários da Câmara

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Foi lançada nessa terça-feira, pela Procuradoria Especial da Mulher da Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo, uma campanha com foco na prevenção da violência doméstica. O município é o quinto com mais tentativas de feminicídio no Estado entre 2013 e 2017, somando 46 casos. Os números motivaram a procuradoria a lançar campanha “Fale agora ou podem te calar para sempre”. Conforme a vereadora Patricia Beck, o Dia dos Namorados foi escolhido para o lançamento porque simboliza o sonho de uma futura união, além de marcar os 14 anos de um dos crimes mais brutais de Novo Hamburgo, o assassinato de Beatriz de Oliveira Rodrigues, encontrada carbonizada próximo ao Santuário das Mães.

Elaborada por servidores e estagiários que compõem a equipe de comunicação da Casa, a campanha não teve custos de criação. Serão oito peças, divulgadas ao longo dos próximos meses nas redes sociais da Câmara. A procuradoria criou também um site especial para que as vítimas possam encontrar as informações necessárias para realizar denúncias e localizar as redes de apoio. “Sabemos o quanto as mulheres sonham com seu casamento, mas, infelizmente, também sabemos como seu grande sonho pode vir a tornar um pesadelo. E é isso que queremos evitar, facilitando o acesso à rede de apoio”, salientou Patricia. Ainda estao previstas ações em escolas, postos de saúde e redes de atendimento.

Projetos de lei
Deve ser votado na próxima semana, em primeiro turno, o projeto de lei que institui a política municipal de ações para a valorização das mulheres. De autoria do vereador Enio Brizola, o texto prevê a elaboração de ações na rede municipal, de atividades de prevenção e combate ao machismo. Também já tramita na Câmara o projeto assinado pelo vereador Enfermeiro Vilmar, que propõe a criação de um auxílio aluguel para mulheres vítimas de violência doméstica.

Pela proposta, teriam direito ao auxílio mulheres e seus filhos que tenham sofrido qualquer tipo de ameaça ou violência doméstica que coloque em risco sua integridade física e moral, obrigando a busca por outra moradia. O auxílio, que seria limitado a valores e até 150 Unidades de Referência Municipal, o equivalente a R$ 497,86, ficará a cargo do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim), a partir da análise de cada caso. "Essa ajuda servirá pra quebrar um dos maiores obstáculos no quesito da violência doméstica que é a dependência financeira existente em muitas relações e que faz com que as mulheres se tornem reféns de seus agressores”, explica Vilmar.

O auxílio teria validade de 12 meses, podendo ser prorrogado por igual período uma única vez, também mediante avaliação do Comdim. O texto passará pela análise de quatro comissões, que emitirão seus pareceres sobre a legalidade e interesse público da proposição.
 

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