Campo Bom realiza movimento para ampliar doação de órgãos e promove formação nesta quarta-feira

Campo Bom realiza movimento para ampliar doação de órgãos e promove formação nesta quarta-feira

Segundo apuração da Fundação Ecarta, cerca de 2,5 mil pessoas no Estado e um total de 50 mil no País aguardam por um transplante

Fernanda Bassôa

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O município de Campo Bom realiza um movimento para ampliar a doação de órgãos na região e o número de transplantes no Rio Grande do Sul. As articulações iniciaram ainda em 2021 entre a Fundação Ecarta, por meio do projeto Cultura Doadora, e a administração municipal visando promover um conjunto de ações de formação sobre o tema que salva vidas. De acordo com números apurados pela Fundação Ecarta, cerca de 2,5 mil pessoas no Estado e um total de 50 mil no País estão aguardam por um transplante. O RS já foi o primeiro entre os 26 estados brasileiros em doação de órgãos e atualmente ocupa a oitava posição.

A primeira-dama de Campo Bom, Kátia Orsi, coordena esse movimento local mobilizando os órgãos municipais, instituições de ensino e demais entidades que queiram somar-se a este propósito. “Precisamos fomentar esse tema, levarmos a informação e, assim, criarmos uma cultura de doação. A comissão formada tem o importante papel de viabilizar doações, como esclarecer dúvidas e desmistificar o tema”, reforça o prefeito Luciano Orsi. Este movimento em Campo Bom já avançou com a adesão do Hospital Lauro Reus na instalação da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos, instrumento fundamental para assegurar a captação de potenciais doadores.

A ação proposta pelo projeto Cultura Doadora em Campo Bom está inspirada nos resultados positivos alcançados em Montenegro. O município do Vale do Caí não tinha nenhum doador, mesmo tendo um hospital 100% SUS. Após um movimento articulado no município, com gestores, empresas, sociedade e a mídia local, o volume de doadores chegou a 62% em menos de um ano. “Este resultado salvou muitas vidas e inspira a seguir desafiando os municípios a se engajarem nessas campanhas cidadãs que dependem apenas da boa vontade da comunidade e do poder público. Estamos muito satisfeitos com a receptividade”, declara o presidente da Fundação Ecarta, Marcos Furh.

A advogada de Campo Bom, transplantada e incentivadora do projeto, Anália Goreti da Silva, 63 anos, está engajada no propósito de ampliar a consciência sobre a importância das famílias dialogarem sobre o tema sabendo a decisão pela doação de órgãos. “Isso facilita muito em horas de fatalidades com perda de familiares que poderiam salvar muitas vidas. São os familiares os responsáveis por autorizar a doação no momento da morte. Conhecer a vontade do ente querido facilita a decisão”, entende Anália, que pôde seguir sua vida a partir da doação de um pulmão.

Nesta quarta-feira, às 14h, ocorre a palestra para agentes de saúde do município e outra está agendada para o dia 29 deste mês, no mesmo horário, para os demais profissionais de saúde. As atividades ocorrem na Câmara de Vereadores de Campo Bom com palestra das integrantes da Organização de Procura de Órgãos (OPOs) e da produtora do projeto Cultura Doadora, Glaci Borges. “Há muita desinformação sobre o assunto especialmente porque envolve o tema da morte. Porém, é esse diálogo que permite salvar vidas e interromper o sofrimento de milhares que esperam por um gesto assim”, demostra Glaci, há 10 anos entusiasta do tema. Para os médicos, a formação será dia 27 de julho, no mesmo horário e local.


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