Caraá luta contra os impactos do ciclone

Caraá luta contra os impactos do ciclone

No acesso ao município, a água invade a ponte sobre o rio Caraá

Kyane Sutelo

publicidade

Caraá é uma das cidades que enfrenta mais impactos do ciclone que atingiu o Rio Grande do Sul. A cidade já teve a confirmação de uma morte e oito pessoas seguem desapareidas. No acesso ao município, para quem chega pelo morro da Borussia, a água invade a ponte sobre o rio Caraá, que, com rachaduras aparentes, apresenta dificuldade até para um carro de passeio atravessar. O local é Alto Caraá, na zona rural. "Em 90 anos, nunca vi nada assim", disse Constante Aresi, de 95 anos, que mora desde a infância na estrada Nossa Senhora das Lágrimas.

O rio transbordou e, por volta das 22h de quinta-feira, atingiu a propriedade em que ele vive com o filho e a nora. Eles perderam 4 carroções de silagem. "Acho que foi mais de mil reais", estima o prejuízo a professora aposentada Francisca Dias Aresi, nora de Constante. A água atingiu uma das construções da propriedade e chegou a um metro de altura, conforme a família. A área de serviço foi toda levada pela força do rio. Eles tiveram que remover do chiqueiro o porco de mais de 200 quilos que criam, em meio à tempestade. "Ele já estava só com a cabeça para fora da água", conta Francisca.

Vizinhos do entorno ficaram ilhados quando uma ponte pênsil que leva à travessa Nossa Senhora das Lágrimas cedeu parcialmente e a ponte de material foi coberta pela água. Um deles foi o bombeiro aposentado João Carlos da Silva. Só foi possível transitar no local na manhã deste sábado e ele rondava pela região para analisar os estragos. Silva se disse impressionado com a força do rio e os impactos na região. "Sempre salvei gente, mas nunca fiquei nessa situação", desabafou.

 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895