Caxias do Sul confirma caso de dengue autóctone

Caxias do Sul confirma caso de dengue autóctone

Este é o segundo da história de Caxias do Sul, o primeiro foi em 2020

Celso Sgorla

Município já registra 300 focos de Aedes aegypti neste ano

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Caxias do Sul teve o primeiro caso de dengue autóctone, ou seja, contraída na cidade, neste ano. O caso foi confirmado pelo laboratório de referência do Estado. O paciente teve sintomas leves e não precisou de internação médica. Este é o segundo da história de Caxias do Sul, o primeiro foi em 2020.

A dengue não é uma doença característica na cidade, mas o município já registra 300 focos de Aedes aegypti neste ano, a grande maioria com a identificação de mosquitos na fase adulta e localizados em residências. A secretária Municipal da Saúde, Daniele Meneguzzi, manifestou grande preocupação com o cenário que se desenha para os próximos meses se o número de focos não for controlado.

“Temos 35 bairros com focos, Caxias hoje é uma cidade contaminada pelo vírus. Os 300 focos são o que foi encontrado, mas certamente temos mais e acreditamos também que existam outros casos da doença, porque os sintomas podem ser confundidos”, alerta a secretária. “No fim do ano passado nós já tínhamos a previsão de que a situação se agravaria neste ano, e tomamos diversas medidas. Foram nomeados mais 16 agentes para reforçar a equipe, fizemos parcerias com a Secretaria de Educação e a União das Associação de Bairros (UAB), com reuniões para tratar do assunto nas escolas e bairros. Porém, o que vai efetivamente mudar essa situação é a mudança de comportamento das pessoas dentro de casa”, atesta a diretora da Vigilância em Saúde, Juliana Argenta Calloni.

A situação se repete em outros municípios do Estado, com aumento de focos e de casos da doença. A razão é a adaptação do mosquito ao clima e da população. “Ano passado, nas verificações, encontrávamos três tipos de mosquitos, e 20% eram Aedes. Hoje, 100% das amostras que coletamos são de Aedes aegypti”, alerta a diretora técnica da Vigilância Ambiental em Saúde, Sandra Tonet. Sandra relata ainda que os agentes de saúde estão tendo cada vez mais dificuldade de entrar nas casas para fazer a verificação e busca por locais com água parada.


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