Chargista Tacho dará nome a rua de São Leopoldo

Chargista Tacho dará nome a rua de São Leopoldo

Projeto de lei que homenageia Gilmar Luiz Tatsch foi aprovado nesta quinta-feira na Câmara de Vereadores

Fernanda Bassôa

Em 2016, ele lançou o “Almanaque do Tacho”, uma coletânea com seus melhores traços e imagens

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Um dos chargistas mais conceituados do Estado, Gilmar Luiz Tatsch (o Tacho), dará nome a um dos principais acessos a São Leopoldo, cidade onde nasceu e viveu durante toda a sua vida. Tacho morreu no começo de 2021, aos 61 anos, após ter lutado contra um câncer no fígado, e agora, pouco mais de um ano depois, sua memória revive em uma homenagem feita pela Câmara de Vereadores de São Leopoldo. A proposta do vereador Falcão foi aprovada nesta quinta-feira.

Falcão encontrou um ponto estratégico e muito simbólico para atribuir a homenagem. “Diariamente, centenas de pessoas chegam em São Leopoldo de diversos lugares por uma via sem nome que dá acesso à rodoviária. Dar o nome do Tacho a este trecho é como abraçar e acolher todos aqueles que desembarcam aqui. Tacho sempre valorizou a sua raiz e agora recebe este justo reconhecimento”, destaca.

O logradouro conecta a avenida Getúlio Vargas (rodovia BR 116) à rodoviária, no sentido Capital-Interior, junto à ponte do rio dos Sinos, no Centro. Por ali passam todos os ônibus que desembarcam no terminal rodoviário da cidade. “Meu pai nasceu e viveu sempre em São Leopoldo, no Centro, relativamente muito próximo à rodoviária, o que torna essa notícia ainda mais especial. Ele amava a cidade e sempre disse que não se imaginava morando em outro lugar”, comenta Helena Tatsch, filha de Tacho.

Nascido e residente em São Leopoldo, o chargista Tacho era casado com Nara e pai de Helena. Sua intimidade com os desenhos teve início na infância e aos 17 anos, Tacho ingressou no Jornal Vale dos Sinos, como office-boy, e logo demonstrou seu talento publicando desenhos e conquistando a função de chargista no periódico. Suas charges se tornaram uma das marcas dos jornais do grupo. Em 1986, entrou para a diagramação do Correio do Povo, onde desejava atuar junto com alguns de seus amigos, e permaneceu até 1991. Depois, em 1994, Tacho retornou ao Correio do Povo, mas desta vez como chargista e ilustrador, permanecendo até seus últimos dias.

Tacho recebeu vários reconhecimentos ao longo da carreira. Chegou a ser premiado mais de 20 vezes pela Associação Riograndense de Imprensa (ARI), tanto pelas charges quanto por seus projetos gráficos. A mais recente premiação foi com a charge "Militares na Saúde". Em 2015 recebeu o prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, promovido pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul e Ordem dos Advogados do Brasil. Em 2016, ele lançou o “Almanaque do Tacho”, uma coletânea com seus melhores traços e imagens. Em maio deste ano, o chargista foi homenageado em Novo Hamburgo, também com uma rua que recebeu seu nome.


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