Chuí e sul gaúcho se preparam para passagem de novo ciclone extratropical

A zona Sul do Rio Grande do Sul vive momentos de expectativa pela passagem de um novo ciclone extratropical pela região. De acordo com a MetSul Meteorologia, o fenômeno mais recente está previsto para ter trajetória e intensidade diferentes dos últimos, pois se forma próximo à costa uruguaia e ruma em direção ao Oceano Atlântico, no sentido sudeste. O período mais crítico para eventuais estragos, concentrados principalmente neste território, deve ocorrer hoje, e amanhã, o ciclone em questão deve estar distante do continente.

“O ciclone vai se formar e permanecer sobre o mar, e apenas a chuva e o vento decorrentes do sistema vão alcançar o estado gaúcho”, observou a meteorologista Estael Sias, da MetSul. O Uruguai pode sofrer mais consequências, com rajadas alcançando até 60 ou 70 quilômetros por hora em Montevidéu ainda hoje, bem como índices superiores, ao redor de 70 até 90 quilômetros por hora na costa de Maldonado, em Punta del Este, e mais ao sul do departamento de Rocha.

No Chuí, município mais ao sul do RS, a Defesa Civil Municipal emitiu um alerta, válido no dia de hoje, pela possibilidade de tempestade com grau de intensidade severa para a região. “Estamos aguardando as próximas horas. Inclusive, tivemos uma reunião com a Defesa Civil Estadual em Pelotas em que fomos instruídos sobre possíveis precauções. Nossa maior preocupação é pelos alagamentos e ventos fortes, e eventuais problemas com fios elétricos”, relatou o coordenador da Defesa Civil Municipal do Chuí, Luiz André Pereira da Silva.

Nesta quarta-feira pela manhã, os agentes estiveram nos bairros Isolina Gomes e Luiz Maria Gomes, locais do Chuí onde costuma haver alagamentos, para conversar com as comunidades e reforçar o pedido para as pessoas não deixarem entulhos nas ruas, que possam ingressar nos arroios que se direcionam ao Arroio Chuí, principal curso d’água do município.

A Marinha do Brasil emitiu três avisos para toda a costa gaúcha, desde Chuí até Florianópolis, um relacionado a vento forte ou muito forte, com possibilidade de ventos de 28 a 40 nós, ou 50 a 74 quilômetros por hora, e dois de mar grosso, ou seja, com ondas relativamente grandes e agitadas, de até sete metros de altura, com potenciais danos a embarcações. A possibilidade de novos danos preocupa esta população, em razão de comunidades locais terem permanecido até duas semanas sem energia elétrica pela CEEE Grupo Equatorial, depois da passagem do ciclone anterior, este sim com danos significativos na costa sul gaúcha.