Chuva de granizo danifica centenas de casas e prédios em municípios da região Sul do RS

Chuva de granizo danifica centenas de casas e prédios em municípios da região Sul do RS

Domingo foi de trabalho e mobilização no reparo de telhados e ajuda à população afetada

Angélica Silveira

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O início da primavera não está sendo tranquilo para os municípios do sul do Estado. Nesta madrugada, alguns municípios da região foram atingidos por intensa chuva de granizo. Em Arroio do Padre, o granizo ocorreu em dois momentos, por volta da 1h20min e às 8h10min da manhã.

Até o começo da tarde deste domingo, a Defesa Civil já tinha entregue cerca de 7,5 mil metros quadrados de lona. As pedras de granizo atingiram em torno de 250 das 750 casas da cidade, quebrando telhas de barro e de brasilite. Prédios públicos também foram afetados com o granizo, como o Centro de Eventos, as escolas municipais Benjamim Constant, Rio Branco e a escola estadual Arroio do Padre, além da sede da Emater e do Centro de Referência a Assistência Social (CRAS). 

Segundo o vice-prefeito, Edegar Henke, a Escola Municipal de Educação Infantil não foi afetada pelo granizo, mas sofre com infiltrações decorrentes das chuvas constantes. O Prefeito Rui Peter aguarda os laudos da Assistência Social, da Emater e da Defesa Civil e deve decretar situação de emergência ainda nesta segunda-feira.

Em São Lourenço do Sul parou de chover em alguns momentos no domingo, aparecendo até mesmo um sol tímido em alguns momentos na cidade, em outros choveu fraco. Com isto, a Lagoa dos Patos e o Arroio São Lourenço mesmo cheios começaram a voltar para o leito.

O abrigo municipal conta com três pessoas. No início desta semana deve ocorrer uma reunião na Prefeitura onde serão apresentados os dados oficiais dos estragos causados pela chuva de granizo ocorrida na madrugada do último sábado que atingiu principalmente as casas que ficam à margem do Arroio São Lourenço. Até o final de sábado, em torno de 50 famílias foram atendidas. A preocupação das autoridades é também com a previsão de chuva intensa para esta terça-feira. O Prefeito Rudinei Harter deve decretar uma nova situação de emergência. “Sendo que o município já está em estado de emergência em função dos estragos do ciclone de julho”, lamenta.

Em Pelotas, diante dos alagamentos e danos causados pelo granizo, principalmente na zona rural, as equipes da Prefeitura atuaram em diferentes frentes de assistência e prevenção neste domingo.Cestas básicas foram distribuídas às 58 pessoas da localidade do Alto do Caixão, no Quilombo, sétimo distrito. Também houve atendimentos aos abrigados na Colônia Z3 e a conclusão das obras de elevação do dique no Pontal da Barra.

Pelo menos seis rolos de lonas foram destinados às comunidades da zona rural que tiveram casas afetadas pela chuva de granizo da madrugada de sábado. Segundo a defesa civil 100 casas foram atingidas pela chuva de pedras de gelo.  Os desabrigados pelas cheias chegam a 110 pessoas e estima-se que o número de desalojados seja maior.

Na manhã de domingo, as águas da Lagoa dos Patos recuaram na comunidade do Cedrinho, na Colônia Z3, segundo o monitoramento da Defesa Civil, mas 26 famílias (84 pessoas) seguem alojadas em três abrigos montados pela Secretaria de Assistência Social.

Durante a noite de sábado e madrugada de domingo, uma equipe do Exército esteve de prontidão caso fosse necessário remover mais famílias, o que não ocorreu.  O CRAS da Colônia Z3 deve retomar o atendimento nesta segunda-feira. A Defesa Civil Regional apresentou um balanço dos estragos do temporal de granizo na região. Em Amaral Ferrador, lavouras foram afetadas na localidade de Bom Será. Já em Arambaré, duas casas foram afetadas. No município de Camaquã, dez casas da região da Pacheca, que segue sofrendo com os alagamentos pela proximidade com a Lagoa dos Patos foram atingidas pelo granizo.

Em Canguçu, 400 casas foram afetadas pela chuva de granizo. A maioria na zona rural. O vice-prefeito, Cledemir de Oliveira Gonçalves, disse que as equipes trabalharam durante todo o dia no interior do município.

Em Cerrito, a Defesa Civil segue realizando levantamento. Até a tarde de domingo foi confirmado que 20 residências localizadas no interior foram atingidas pelo granizo. Em Chuvisca, o granizo afetou a localidade da Palmeira. As autoridades ainda estão calculando os prejuízos nas plantações de fumo. 

O granizo atingiu a zona rural de Cristal afetando lavouras e 75 casas. As autoridades seguem contabilizando o prejuízo. Em Morro Redondo, o granizo caiu por volta da 1h. “O primeiro socorro é a distribuição de lonas”, afirma o secretário de obras e coordenador municipal da Defesa Civil, Darlan Melo.

No município, 92 residências foram atingidas pelo granizo. Ele confirma que a quantidade e tamanho das pedras variou conforme a região. “Perto da BR 392 foi em torno de três minutos de perdas grandes. Na lavoura de pêssego a perda foi de 90%”, lamenta. As regiões mais atingidas foram as colônias São Domingos, Cachoeira e Rincão da Caneleira, além da parte norte e alta da cidade.

O Prefeito Rui Brizolara realizou o levantamento dos prejuízos das últimas chuvas e deve decretar emergência nesta segunda-feira. “Temos sofrido com as enchentes e destruição de pontes, bueiros e estradas vicinais de terra. As últimas chuvas cobriram 11 pontes e danificaram mais de 50 bueiros”, enumera Melo.

Em Pinheiro Machado foram 50 as casas afetadas pelo granizo atingiram o interior e também a zona urbana. “São muitas as pessoas que precisam de lonas e telhas. Ainda na tarde de sábado, três equipes realizaram atendimentos. A nossa situação é preocupante”, relata o prefeito Ronaldo Madruga.

As áreas mais atingidas foram a zona urbana e as localidades de Passo Machado e Olaria. Também houve registro de granizo em Piratini, onde 30 casas sofreram danos. Na cidade de Turuçu, 13 residências foram afetadas e a defesa civil ainda realiza o levantamento dos prejuízos no interior. 

Em Santa Vitória do Palmar, sete casas foram destelhadas pelo temporal. Em Rosário do Sul, também ocorreu vendaval, por volta das 3h de sábado. O município registrou danos e morte de duas vacas e um terneiro em localidades como 3º Distrito de Cacequi, na divisa com a cidade. Os animais foram atingidos por árvores que caíram e acabaram morrendo. Nenhuma pessoa ficou ferida.

 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895