Chuva se intensifica no RS, causa estragos em rodovia e deixa órgãos públicos em alerta

Chuva se intensifica no RS, causa estragos em rodovia e deixa órgãos públicos em alerta

Com previsão de temporais para a madrugada, Defesa Civil do RS destaca risco de deslizamentos

Kyane Sutelo

Equipe da Defesa Civil gaúcha monitora em tempo real o avanço das chuvas pelo Estado.

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Enquanto a chuva começa a ficar mais forte na Capital, a Defesa Civil gaúcha acompanha em tempo real a movimentação do fenômeno. O mapa mostrava em cores mais escuras os pontos mais preocupantes de atenção: Centro e Leste, incluindo Litoral Norte, Serra e Região Metropolitana. O momento é de organização para evitar tragédia semelhante à de 15 de junho — que deixou 16 mortos e mais de 15,5 mil desalojados. 

A preocupação da Defesa Civil é que a sequência de chuvas fortes prejudique o solo. “Mesmo esse evento de agora não tendo a mesma intensidade, a preocupação é de que esse solo está muito úmido e pode ocorrer deslizamentos”, disse o subchefe da Defesa Civil do RS, coronel Marcus Vinicius.

O foco nos últimos dias, conforme o representante do órgão, foi orientar os município para atualizarem seus planos de contingência. “Indica, desde as primeiras ações de ocorro para as pessoas que estão ali, para onde vão levar essas pessoas, quais são os locais de concentração”, detalhou o coronel.

O representante do órgão salientou que não há hierarquia da Defesa Civil Estadual sobre as municipais, motivo pelo qual não existe uma fiscalização do desenvolvimento dos planos, mas visitas técnicas e acompanhamento.

Com a meteorologia apontando a aproximação de um novo ciclone a partir de segunda-feira, o órgão estadual garante que monitora, mas não quer se antecipar na emissão de novos alertas. “Nós vamos acompanhando os movimentos e monitorando tudo o que acontece, até para não passarmos uma informação que seja equivocada pra comunidade”, afirmou o subchefe da Defesa Civil gaúcha.

Estradas gaúchas

Na tarde desta sexta-feira, já foi possível ver impactos das chuvas. Na Serra, em Nova Petrópolis, houve bloqueio de estrada. Conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a BR 116 foi totalmente interditada entre os quilômetros 175 e 181, devido a deslizamento de pedras.

A previsão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) é de que o trecho seja liberado neste sábado, com a limpeza da pista. Porém, segundo o Dnit, os trabalhos dependem das condições climáticas.

A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), responsável por administrar mais de 630 quilômetros de rodovias, anunciou a mobilização de técnicos para serviços de conservação em casos de eventualidades. “As nossas equipes estão vigilantes e em monitoramento 24 horas para agir em qualquer situação de risco,” garantiu o diretor-presidente da EGR, Luiz Fernando Záchia.

A Empresa  pediu cuidado redobrado dos motoristas e, se necessário, contato com  o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), pelo número 198.

Luz

Para problemas de energia elétrica, a CEEE Grupo Equatorial Energia disponibilizou seus canais de atendimento habituais (site, teleatendimento, WhatsApp e SMS) e informou ter colocado em operação o seu plano de contingência, frente a possibilidade de temporais e problemas de energia elétrica, na área em que atua “ampliando toda a sua estrutura no centro de operações e nos canais de atendimento e com mais equipes de atendimento emergencial”.

Conforme a empresa, prazos de retorno da energia elétrica em casos de emergência variam conforme  a complexidade de cada caso.

Recursos

Prefeitos também se preocupam com os impactos do evento desta madrugada, acumulados com os do ciclone de junho. “Estamos correndo o risco de, em função das previsões meteorológicas deste final de semana, aumentar os efeitos danosos para as comunidades destes municípios”, diz Leonardo Pascoal, presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal) e prefeito de Esteio.

A entidade pediu ao governo do Estado e ao Banrisul apoio para reconstruir nove municípios da Região Metropolitana afetados pela tragédia do último mês. Entre as reivindicações estão R$ 400 mil a cada uma das cidades: Cachoeirinha, Esteio, Gravataí, Glorinha, Novo Hamburgo, Porto Alegre, São Leopoldo, Sapucaia do Sul e Viamão.

Também foi pedido inclusão desses municípios no auxílio financeiro proposto pelo governo gaúcho, linhas de crédito, repactuação de dívidas para pessoas físicas e jurídicas afetadas, maior flexibilidade nos critérios de aprovação e agilidade na concessão dos recursos.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895