Chuvas no RS: moradores de Lajeado correm contra o tempo para salvar pertences e animais

Chuvas no RS: moradores de Lajeado correm contra o tempo para salvar pertences e animais

Rio Taquari subiu meio metro na última hora e já deixa centenas de desabrigados em Lajeado

Rodrigo Thiel

Rio Taquari subiu meio metro na última hora e já deixa centenas de desabrigados em Lajeado

publicidade

Pela terceira vez em menos de um ano, o rio Taquari forçou centenas de moradores a abandonarem suas casas em busca de segurança, antes que as águas atinjam níveis ainda maiores nesta terça-feira. O cenário no bairro Centro é de corrida contra o tempo para salvar o máximo de pertences possíveis. Eletrodomésticos como televisão e geladeira, móveis, colchões, roupas e animais são retirados às pressas pelos moradores atingidos.

Na última atualização feita pela Defesa Civil às 17h, o nível do rio Taquari em Lajeado estava em 24,80 metros. A cota de inundação na cidade é de 19 metros.

Com um filhote de gato malhado no colo, Dinei Cardoso, de 18 anos, conta que o rio subiu rapidamente nas últimas horas e que só foi possível retirar uma TV, duas mochilas de roupa e os animais, uma cadela e o pequeno Téo. "Nós vamos junto com a minha sogra para o Parque do Imigrante. É a primeira vez que vivenciamos isso, pois nos mudamos para cá em janeiro. O mais importante para nós são os animais. O resto a gente conquista de novo", falou o jovem, que mora na rua Marechal Deodoro.

Poucos metros dali, o cenário se repetia. Desta vez, era a moradora Susana Pfingstag, de 59 anos, que lamenta sofrer com a enchente pela terceira vez em menos de um ano. "Moro há 40 anos aqui. A gente fica tão triste de construir nossas coisas para ver elas indo embora mais uma vez. E não tem o que fazer. Agora retiramos a geladeira, uma máquina de lavar roupas, TV e as roupas, que já havíamos ganhado de doação depois da última enchente", citou.

Na mesma região, equipes da Defesa Civil Municipal contavam com o apoio de barcos para retirar moradores que seguiam ilhados dentro no meio da enchente. O Parque do Imigrante foi um dos pontos utilizados pela Prefeitura para acolher as famílias desalojadas. No local, 211 pessoas estavam abrigadas por volta das 16h30min. Já o Centro Esportivo Municipal (CEM) abrigava outras 70. Mas o número deve aumentar nas próximas horas.

Velocidade da enchente permitiu mais resgates, aponta secretário

Conforme o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agricultura, André Bücker, os bairros atingidos foram o Centro, Carneiros, Conservas, Jardim do Cedro, Hidráulica e Igrejinha. "A enchente veio mais cedo, durante a madrugada, então deu tempo de trabalhar de uma forma melhor e mais tranquila na retirada das famílias atingidas. Acho que a população também não quis pagar para ver, em função do que ocorreu ano passado. Com a previsão de mais chuva durante a semana, a nossa ideia é trazer o maior número possível de pessoas para os pavilhões. O que mais queremos é evitar o risco de uma perda humana, como a genre acabou tendo na enchente de setembro, pois esse prejuízo não tem valor", completou o secretário.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895