Chuvas seguem elevando níveis dos rios da Região Metropolitana de Porto Alegre

Chuvas seguem elevando níveis dos rios da Região Metropolitana de Porto Alegre

Nas ilhas da Capital, moradores relatam efeitos da estiagem sobre o cotidiano

Felipe Faleiro

Marcelo e Alexandre tiveram dificuldades para retirar barcos com o acúmulo de plantas ontem

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Na Ilha Grande dos Marinheiros, em Porto Alegre, nesta terça-feira pela manhã, os cunhados Alexandre Lima, motorista, e Marcelo Suris, eletricista, saíam de barcos a motor em meio a muitas plantas na margem do Guaíba. Estavam em busca de um amigo para resgatar outro pequeno motor que havia sido perdido. Antes de deixar a casa onde Alexandre mora com a esposa, a microempreendedora Grazielle Ramos Brito, e o filho do casal, Caio, 16 anos, houve dificuldade para retirar o meio de transporte de um verdadeiro matagal que se formou na água.

Há poucos dias, com a margem a cerca de cinco metros de onde o rio batia hoje, tal cena seria mais difícil de acontecer. “Os antigos dizem que, quando as plantas vão se deslocando e começam a acumular na margem, é sinal de que haverá cheia no inverno”, comenta Grazielle, com a experiência adquirida com a família, somada aos 35 anos em que mora no Arquipélago. “A estiagem nos atrapalha sim. Agora as coisas parece que estão normalizando”, relatou Alexandre.

As chuvas trouxeram efeitos positivos nos níveis dos principais rios da Região Metropolitana de Porto Alegre. Mais adiante rumo ao sul, na régua de medição do Guaíba no Cais Mauá, no Centro Histórico da Capital, havia 53 centímetros na lâmina d’água na manhã de hoje, em tendência natural de oscilação. Já no trapiche da Praia da Pedreira, no interior do Parque Estadual de Itapuã, em Viamão, 23 centímetros, e no terminal da CatSul, no município de Guaíba, 52 centímetros.

No rio Gravataí, a régua de medição do Balneário Passo das Canoas, mantida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) no município de Gravataí, registrou 1,74 metro no começo da manhã desta terça de Carnaval, cerca de oito centímetros a mais do que no mesmo horário do dia anterior, e tendência de alta. Já em Alvorada, a marcação da Estação de Tratamento de Água (ETA) da Corsan mostrava 1,79 metro.

No rio dos Sinos, o nível da régua da Agência Nacional de Águas (ANA) no Centro de São Leopoldo estava em 85 centímetros no início da manhã. Na foz do rio Paranhana, no município de Taquara, 76 centímetros, e em Campo Bom, 1,29 metro. Em Novo Hamburgo, a medição da Companhia Municipal de Saneamento (Comusa) registrou 2,61 metros hoje pela manhã. De todos estes pontos analisados, a maior chuva até o começo do dia havia sido registrada em Taquara, com 33,6 milímetros nas 24 horas anteriores.


Correio do Povo
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