Ciclone deixa sem luz 77% dos consumidores do Paraná
Foram registrados ventos de até 90 km/h, que provocaram quedas de árvores sobre a rede e quebra de postes
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Cerca de 1.700 profissionais da Companhia Paranaense de Energia (Copel), entre eletricistas, técnicos e operadores, foram mobilizados nesta quinta-feira para restabelecer o fornecimento de energia em todas as regiões do Paraná por conta do temporal de grandes proporções que atingiu o Estado. Mais de 156,5 mil domicílios seguiam sem energia. Cerca de 5 mil serviços emergenciais espalhados por todas as regiões ainda precisavam ser atendidos pelas equipes de eletricistas. Por isso, o trabalho de reconstrução de parte da rede, necessário para restabelecer o fornecimento a todos, deve se estender ao longo desta sexta-feira.
De acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), foram registrados ventos de mais de 90 km/h em algumas localidades, além de muitas descargas atmosféricas, o que provocou a queda de árvores sobre a rede, além da quebra de postes.
Devido à gravidade da situação, trechos da rede de energia chagaram a ser destruídos. Última região a ser atingida pelo temporal, o Leste do Paraná (Curitiba, Região Metropolitana e Litoral) apresenta o maior número de domicílios desligados no momento – 108.813, com 1.613 serviços emergenciais em andamento. São José dos Pinhais, com 11.562 desligados atualmente, Matinhos, com 9.934, e Itaperuçu, com 8.814, são os municípios mais afetados. Em Curitiba, são 6.106 consumidores desligados. Ao todo, sete cidades da região estão com mais de 5 mil consumidores sem energia cada.
A tempestade começou na tarde de quarta-feira e avançou pela madrugada desta quinta-feira no Oeste e Sudoeste do Estado e, no pior momento, 86.000 unidades consumidoras ficaram sem energia nas duas regiões. Na madrugada, atingiu as demais regiões do Paraná. Além do Leste, no Centro-Sul são 18.763 imóveis sem energia e 1.096 serviços emergenciais; no Oeste e Sudoeste, 20.354 unidades sem energia e 1.475 serviços emergenciais; no Noroeste, 4.731 imóveis sem energia e 497 serviços emergenciais; e no Norte 4.015 imóveis sem energia e 607 serviços emergenciais.
Produção e distribuição de água são afetadas
As fortes chuvas também afetaram as unidades de produção e distribuição de água em cidades e distritos da região Oeste do Estado. No Oeste, as cidades de Catanduvas, Boa Vista da Aparecida, Terra Roxa e o distrito de Alto Alegre do Iguaçu, no município de Capitão Leônidas Marques, permanecem com os sistemas paralisados em razão da falta de energia. A Sanepar está providenciando geradores para reduzir os impactos da falta de água. Na região Sudoeste, Nova Prata do Iguaçu continua sem energia na captação e com o abastecimento comprometido.
Em Foz do Iguaçu a energia foi restabelecida durante a madrugada. Porém, em razão do tempo de paralisação da captação e do tratamento de água, cerca de 70% da cidade teve o fornecimento de água interrompido. Os sistemas afetados na região já tiveram a energia restabelecida e o fornecimento de água foi normalizado gradativamente durante a noite e madrugada A falta de energia nos sistemas de captação de Candói, Pinhão, Laranjeiras do Sul, Castro, Reserva, Imbaú e Arapoti também gerou paralisação no abastecimento de água. Em Palmeira, Prudentópolis e Ivaí, a falta de energia deixou os reservatórios com níveis muito baixos, dificultando a distribuição pela cidade.
Em Imbituva, a alta turbidez do rio provocada pelas chuvas dificulta o processo de tratamento. Em Reserva, falta energia na estação de tratamento de água. As equipes da Copel já atendem essas regiões e em breve a situação deve retornar à normalidade. Bairros de Curitiba, Colombo, Quatro Barras, Campina Grande do Sul e Pinhais também enfrentam problemas similares. A previsão de normalização do abastecimento ocorra na madrugada desta sexta-feira.
No Norte, os sistemas de Cambira, Rio Bom e Cruzmaltina estão paralisados, sem prazo para retomar a produção de água. Faxinal voltou a ser operado e o abastecimento deve se normalizar durante o dia, de maneira gradativa. Na região Sudoeste, as cidades de Sulina, São Jorge do Oeste, Itapejara do Oeste, Mangueirinha e Verê foram as mais afetadas até o momento. A Copel trabalha para restabelecer os sistemas de energia elétrica, o que vai possibilitar captar, tratar e distribuir a água para a população. Em São Jorge do Oeste e Verê a situação é bastante crítica.
Os sistemas só devem ter normalização no abastecimento no fim da tarde desta sexta-feira. Em Sulina, o fornecimento de água deve voltar à normalidade na madrugada desta sexta-feira, assim como em Itapejara e Mangueirinha. Em Jardim Alegre, o abastecimento também está em recuperação, devido a um problema em um dos poços ocorrido na quarta-feira, mesmo antes do temporal.
Defesa Civil segue monitorando
A Defesa Civil Estadual do Paraná está monitorando as condições e situações de ventos fortes no Estado. Em Santo Antônio do Sudoeste o vendaval casou quedas de árvores, danificou oito casas, uma escola e um colégio. Foram afetadas 32 pessoas. Em Rebouças, no Centro-Sul, houve alagamentos, com 1.003 pessoas afetadas, sendo três desalojadas por dificuldade de acesso aos imóveis.
Outros municípios registraram situações como quedas de árvores ou queda de energia, mas ainda sem informações mais precisas sobre danos: Curitiba, São José dos Pinhais, Toledo, Braganey, Ouro Verde, Ibema, Quedas do Iguaçu, Serranópolis do Iguaçu, Diamante d'Oeste, Ramilândia, Capitão Leônidas Marques, Foz do Iguaçu, Palmas, Pato Branco, Coronel Vivida, Mangueirinha, São Mateus do Sul e Prudentópolis. O excesso de chuvas e ventos é resultado do avanço de uma frente fria pelo Estado, acompanhada de muitas descargas elétricas e rajadas de ventos fortes. A região Sul do país também enfrenta eventos climáticos relacionados a um ciclone extratropical.