Ciclone provoca devastação nas cidades da região Metropolitana e do Vale do Sinos

Ciclone provoca devastação nas cidades da região Metropolitana e do Vale do Sinos

Fenômeno provocou transbordamento de rios e arroios e queda de árvores e postes

Fernanda Bassôa

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O grande volume de chuva, seguido de ventos fortes, que tem sido constante desde a quinta-feira (15), nas cidades da Região Metropolitana e também no Vale do Sinos, registrou nesta sexta-feira (16) uma série de transtornos. A passagem do ciclone extratropical pela região sul do País causou o transbordamento de rios e arroios, alagando ruas, avenidas e casas, deixando famílias desabrigadas. A força dos ventos ainda provocou queda de árvores e postes, bloqueando algumas vias. Aulas na região foram canceladas. 

Em Canoas, o acumulado de chuva nas últimas 24 horas foi de 169 milímetros, ultrapassando a média do mês. O bairro Mathias Velho foi o mais atingido. Equipes da Defesa Civil realizaram atendimento ao longo de toda a noite, como remoção de um cadeirante e pessoas ilhadas. Quatro adultos e oito crianças ficaram desalojadas e foram conduzidas ao ginásio do Colégio La Salle, local que está apto a alojar as famílias atingidas pelo temporal. Chamados para a Defesa Civil, é preciso contatar o telefone 99322-5764 

Em Sapucaia do Sul, choveu mais de 130 milímetros. As famílias atingidas pela cheia do Rio do Sinos estão sendo acolhidas no ginásio da Escola Vanessa Ceconet. De acordo com a Prefeitura, equipes da Defesa Civil, Guarda Municipal, Bombeiros e secretarias municipais estão atendendo ocorrências desde a madrugada desta sexta-feira (16) para amenizar os danos causados pelo ciclone. Quem estiver enfrentando problemas causados pelo temporal deve ligar para a Defesa Civil, pelos números 153 ou 3474-8889. As aulas da rede pública estão suspensas no dia de hoje (16). 

A Defesa Civil de São Leopoldo registrou um acumulado de chuva de mais de 130mm. O volume excessivo ocasionou um colapso no sistema pluvial que não deu conta de drenar a água ocasionando vários transtornos. No início da madrugada, o prefeito Ary Vanazzi, esteve na Casa de Bombas da Avenida João Correa e do bairro Campina. Ele também esteve na avenida Imperatriz por onde passa o arroio Kruze, que transbordou. Os arroios João Corrêa, no bairro Vicentina, e Cerquinha, no bairro Campina, também saíram do leito.

A orientação é que as pessoas evitem de sair de casa para não se exporem aos riscos. Retroescavadeiras estão sendo utilizadas para auxiliar a retirada de materiais das Casas de Bombas. Há muito acúmulo de resíduos, inclusive um sofá foi identificado na vistoria. As equipes da Defesa Civil, Semae, das secretarias municipais de Obras e Viação, de Mobilidade e Serviços Urbanos seguirão no atendimento à população. A previsão é de que na sexta-feira (16), as chuvas se espalhem com intensidade, trazendo mais risco. A Defesa Civil de São Leopoldo atende pelos telefones (51) 99117-8291 e (51) 98924-7852. Além do (51) 2200.0633, que funciona somente em horário comercial.  

Em Esteio, o arroio Sapucaia saiu do leito e causou alagamento no bairro São José. Os bairros Liberdade e São Sebastião também foram bastante afetados pelos estragos causados pela chuva. A Prefeitura montou dois abrigos para acolher as famílias. Um deles, na Escola Municipal Ezequiel Nunes Filho abriga 9 adultos e 3 crianças. O outro, no ginásio Celso Morbach, acolhe 4 famílias, no total de 12 pessoas. Até às 5h50min, o volume acumulado que caiu na cidade em 24 horas foi de 171 mm, de acordo com a Estação Meteorológica da Secretaria Municipal de Segurança Pública da cidade.

De acordo com o prefeito Leonardo Pascoal, das 31 escolas municipais, apenas duas foram afetadas diretamente pela situação do tempo. “As unidades irão funcionar nesta sexta-feira (16), ainda que com adaptações, para não penalizar milhares de pessoas que precisam desse espaço para sua organização familiar. Porém, quem não puder ou não quiser levar seus filhos, não será penalizado por isso. Pode, com tranquilidade, fazer esta opção. Da mesma forma, os servidores que tiverem dificuldade de acessar seus locais de trabalho terão suas situações consideradas individualmente. Trata-se de uma situação de contingência, que atinge todo o RS, e que exige de todos uma parcela de compreensão.” Quem precisar de ajuda pode contatar a Defesa Civil pelo telefone 98600-8355.  


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895