Cidade com mais mortos no ciclone de junho, Caraá entra em alerta para chuvas

Cidade com mais mortos no ciclone de junho, Caraá entra em alerta para chuvas

Com menor volume de precipitações previsto, prefeito afirmou que o foco principal é evitar bloqueios nos acessos da cidade

Kyane Sutelo

No ciclone de junho, residências e outras estruturas foram arrastadas pela força das enxurradas em Caraá.

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Caraá, no litoral Norte, foi um dos municípios mais afetados pelo ciclone de 15 de junho, e está atento aos novos eventos climáticos. A cidade, inclusive, foi uma das poucas atingidas a não estar no relatório de localidades de risco e alto risco feito pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e divulgado pela Defesa Civil gaúcha ainda em maio. Porém, o subchefe do órgão, coronel Marcus Vinícius Gonçalves Oliveira, afirmou que foi solicitado um novo levantamento ao Ministério de Minas e Energia, que inclua todas as 497 cidades do Estado. 

Enquanto não saem novos dados, a experiência de junho preocupa. Residências foram levadas pela força das enxurradas e, das 16 mortes ocorridas no Estado, cinco foram em Caraá. Ainda com 250 desalojados, que estão abrigados com familiares ou amigos, o município se organiza para enfrentar as chuvas fortes previstas, ainda que a intensidade não seja a mesma, segundo meteorologistas. “Nossa maior preocupação, agora, se restringe à manutenção dos acessos às localidades, principalmente àquelas que ficaram ilhadas”, afirmou o prefeito Magdiel Silva.

A preocupação se deve ao fato da cidade ter ficado com apenas um acesso liberado após o último ciclone, devido à queda de pontes e obstrução de estradas. No dia 17, o governador Eduardo Leite esteve no município, visitando o CTG Sentinela do Sinos, onde estava o centro de atendimento à população. Também houve um sobrevoo com ministros na região. O prefeito garante que todos os acessos prejudicados foram recuperados no município.

Com as novas previsões de temporais, entretanto, há uma atenção especial ao transporte de pacientes e escolar e aos acessos para possível envio de mantimentos. Mesmo que a previsão, segundo Silva, seja de até 150 milímetros de chuva, cerca de metade do que choveu durante o último ciclone, o monitoramento segue como prevenção. “Nós já estamos preparados até para editar um alerta, para que as pessoas evacuem, saiam de suas casas e também das áreas de risco com certa antecedência”, revelou o prefeito de Caraá.


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