Coletivo denuncia morte de oito gambás desde maio no Parque da Redenção, em Porto Alegre

Coletivo denuncia morte de oito gambás desde maio no Parque da Redenção, em Porto Alegre

Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) alega que não foi notificada das ocorrências

Felipe Faleiro

Ocorrência mais recente foi no último sábado, segundo Preserva Redenção

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Desde o início de maio, oito gambás já apareceram mortos no Parque da Redenção, causando indignação nos frequentadores do espaço natural, um dos principais de Porto Alegre, bem como em integrantes do Coletivo Preserva Redenção, que trabalha com a causa ambiental. A ocorrência mais recente foi no sábado. “É só caminharmos de manhãzinha para nos depararmos com um gambá morto. Dói no fundo da alma”, comenta a professora aposentada Ana Maria Dalla Zen, moradora da região e integrante do coletivo.

De acordo com ela, já foram registrados três boletins de ocorrência sobre o fato, um na 2ª Delegacia de Polícia, outro na 10ª e o terceiro de maneira online. O Ministério Público também já foi acionado. “Não apenas eu tenho visto, mas muitas outras pessoas”, afirma Ana Maria. Ela diz que o coletivo fez contato com  o Ibama, que, por sua vez, afirmou não ser sua atribuição a questão, mas sim da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema). No entanto, a gestão do local é feita pelo município, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus).

Antes do registro das mortes, a presença dos animais suscitou outra polêmica. Em fevereiro, armadilhas para capturar gambás foram instaladas pelo complexo gastronômico Refúgio do Lago, mas, diante de protestos da opinião pública, a Smamus notificou o estabelecimento a removê-las, o que, de fato, foi feito. A professora e membro do coletivo também denuncia haver relatos de frequentadores que estariam soltando cães à noite para caçarem gambás e tartarugas, algo que o coletivo está investigando.

“A fauna e a flora da Redenção precisam ser mais protegidas. Qual seria a causa da morte destes animais?”, questiona Ana Maria. Procurada, a Smamus disse que não foi notificada sobre a morte dos animais. “Técnicos da Smamus (biólogos e veterinários) estão constantemente no parque, e não presenciaram nem foram comunicados sobre tais ocorrências por parte da administração do parque, do pessoal da limpeza, nem por frequentadores da Redenção”. Orientou ainda que, quando algum animal for localizado morto, os órgãos competentes devem ser notificados, tanto pelo telefone 156, quanto pelo WhatsApp 3289-7517.


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